Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Suicídio e Loucura - Dr. Luiz Carlos Formiga






Suicídio e Loucura (*)

Era jovem professor e já me atrevia a fazer algumas palestras. 

Como dominava o conteúdo das doenças infecciosas, pois já tinha feito pós-graduação, procurava falar sobre esses assuntos. 

Houve um período em que a Hanseníase ganhou o seu lugar e no movimento espírita do Rio discutia-se “doenças kármicas”. 

Um pequeno texto, que enviei para o jornal O Globo, acabou virando editorial de uma revista de Patologia Clínica. Fez até parte do pronunciamento do Deputado Elias Murad. PTB-MG, Assembléia Nacional Constituinte na Câmara.(1)

Esses acontecimentos nos envernizaram o ego, que já brilhava intensamente após o doutorado. Como somos tolos! 

Pensamos que sabemos tudo, até de mediunidade, e ficamos perplexos diante de situações inusitadas. 

Foi assim que me senti, quase no final da palestra, após ter combatido o estigma da lepra e afirmado com veemência que “Hanseníase Tem Cura”.

A senhora que estava sentada na primeira fila, mediunidade bem trabalhada, não conseguiu resistir ao espírito e através da comunicação oral, em choro convulsivo, ele exclamou: “Eu não sabia que hanseníase tinha cura, foi por isso que me suicidei! 

Aquela cena não me saiu mais da retina. Hoje volto ao tema inspirado pelas revelações de Yvonne Pereira no Terceiro Congresso Espírita Brasileiro, abril de 2010.

Quando abrimos O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) e estudamos “O Suicídio e a Loucura” vemos que o preservativo da razão é a serenidade e que as idéias materialistas (venenos) são excitantes ao suicídio.(*) 

É por isso que “não estou nem aí” para os que acham que fundar um Núcleo Espírita Universitário foi uma idéia elitista. “Os Homens de ciência devem se apoiar na autoridade do seu saber para procurar provar aos seus ouvintes, ou aos seus leitores, que eles têm tudo a esperar depois da morte, no novo estilo de vida.” 

Coloquei aspas porque fiz interpretação livre do item 16, do capítulo V, do ESE.
O item 20, do mesmo capítulo, fala do “dever do espírita de participar da vulgarização (divulgação) do Espiritismo, a luz sagrada que já começou a realização da regeneração do próprio divulgador.” 

Yvonne Pereira nos fala do aumento do número de suicidas. 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro tem esse “espinho na carne”. No Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, 10 de setembro do ano passado organizou Seminário (2), que nós espíritas divulgamos.

Naquela palestra, o suicida pode expressar toda a sua dor e decepção. 

Ficamos de saia justa no primeiro momento, fomos apanhados de surpresa, No entanto, a platéia emocionada e em silêncio colaborou no “pronto socorro” que a direção da Casa lhe proporcionou.

Quantos por ignorância não estão chegando desta maneira aos cuidados de Yvonne? 

Que possamos cumprir o “dever de participar na vulgarização do Espiritismo.” Foi por isso que escrevi para determinada população-alvo o artigo: “Entendendo a Dor (e a Reencarnação), com Finalidade Pedagógica. Vai e não peques mais” (3).

Um comentário:

  1. Belo trabalho o do Formiga, que sabemos já trabalhou e/ou trabalha junto aos drogados, aos hanseníanos, aos suicidas!

    Sempre questionador e, neste sentido, ajudando os seus alunos e outros ouvintes a pensar e a repensar seus conceitos e valores.

    Sou grato ao Fábio por compartilhar este artigo corajoso do Formiga, que tem difundido o Espiritismo - este poderoso antídoto contra o suicídio - em muitos ambientes, fora dos centros espíritas.

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