Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

domingo, 21 de julho de 2013

Opção pela vida


Nos atuais dias turbulentos aumentam, assustadora e consideravelmente, os números dos indivíduos que se negam a viver, a enfrentar os desafios e as dificuldades, fugindo por meio da ingestão de drogas alucinógenas, do álcool, dos excessos desvigorantes, ao prosseguimento da existência corporal.
Ao lado desses programas de autodestruição, surgem os casos dos suicídios psicológicos, nos quais as suas vítimas se enredam nas teias da depressão, da paranóia, da psicose, da esquizofrenia, sem valor moral para enfrentar os problemas e dificuldades
que fazem parte da vida.
O suicídio é o ato sumamente covarde de quem opta por fugir, despertando em realidade mais vigorosa, sem outra alternativa de escapar.
A vida não se consome na morte física e o fenômeno biológico não é a expressão real do ser.
Como conseqüência, o ex-suicida reencarnado sempre traz as matizes do crime perpetrado, sofrendo continua tentação de repetir o delito, quando defrontado por dificuldades de qualquer natureza.
É cômodo e trágico fugir psicologicamente da vida, jamais o conseguirão realmente.
Por outro lado, aparecem indivíduos que se aferram aos objetivos que se lhe representam como vida: amar apaixonadamente alguém, cuidar de outrem, dedicar-se a um labor, a uma tarefa artística ou não, a um ideal ou à abnegação, e que, concluída a motivação, negam-se a viver, matando-se emocionalmente e sucumbindo depois...

"Quem se considera livre para morrer, assume um compromisso com
a liberdade para viver".

Joanna de Ângelis

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Suicídio na adolescência

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem doutrina,tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” – Paulo. (I Coríntios, 14:26.) A adolescência é concebida em nosso meio social a partir de inúmeros estereótipos, talvez mobilizados por crenças que a consideram como uma fase do esenvolvimento pautada por crises existenciais,conflitos entre gerações, maturação da personalidade, alterações hormonais entre outras, que culminam com o rótulo de “aborrecência”.


Lamentavelmente, essa concepção pejorativa abate a autoestima do adolescente, induzindo-o a assumir esta condição personológica, bem como seus familiares e a sociedade como um todo. A consequência dessa rotulação é a ocultação de sinais importantes referentes à saúde psíquica, emocional e espiritual do jovem. A prevalência de transtornos psiquiátricos na adolescência é de 10 a 15 %. As principais demandas nas clínicas psiquiátricas referem-se a alterações comportamentais sem diagnóstico, depressão e comportamento suicida.1


Segundo a Organização Mundial de Saúde,2 os comportamentos suicidas entre adolescentes (e também entre crianças) são motivados por inúmeras situações, tais como: humor depressivo, desequilíbrio emocional, comportamental e social, abuso de substâncias tóxicas, término de relações amorosas, dificuldades acadêmicas, questões associadas à incapacidade para lidar com frustrações e resolução de problemas, baixa autoestima e conflitos com a identidade sexual. (Ver quadro na página 20.) Além desses fatores, a Doutrina Espírita também nos informa que obsessões graves podem culminar com o suicídio: [...] a obsessão arrasta um complexo tormentoso, difícil de ser superado [...].

E como o obsidiado envolveu-se nessa faixa criminosa, sem procurar dela afastar-se, renovando-se para o amor de Deus e o progresso de si mesmo, torna-se joguete do malefício próprio e alheio e tudo então pode acontecer, até mesmo o suicídio,suprema desgraça de um obsidiado, suprema desgraça para um obsessor, cuja responsabilidade é grave perante as leis de Deus.3 A gravidade de tal questão convoca-nos a um olhar atento e fraterno dirigido aos nossos jovens, munidos com o Evangelho e também com as contribuições das ciências da Terra, igualmente benesses do Alto, como a Psicologia e a Psiquiatria. Dessa forma, arrolamos algumas intervenções que visam ajudar adolescentes com ideação ou intencionalidade suicida: Psicoterapia: o acompanhamento psicológico, orientado por um profissional sério e competente, é um importante mecanismo para auxiliar o adolescente em crise suicida. Neste contexto, o profissional de Psicologia receberá o jovem em um espaço protegido de escuta, acolhimento e orientação para uma vida saudável. Acompanhamento familiar: é imprescindível que a família esteja consciente do estado de saúde mental e espiritual do adolescente em crise suicida. Pais, irmãos e parentes devem impedir o acesso aos meios para cometer o suicídio (medicações, substânciastóxicas, instrumentos cortantes, cordas etc.).

Além disso, cabe aos familiares do jovem a realização semanal do culto no lar,momento propício para reflexão sobre a consolação espírita e, também, uma oportunidade para a conversa fraterna, pautada no amor, atenção e paciência diante do sofrimento vivido pelo jovem. Psiquiatria: não obstante os preconceitos em torno da medicação psiquiátrica, esta é um meio fundamental para o restabelecimento psíquico de pessoas em crise emocional. O quadro depressivo e de ideação suicida vivenciado pelo jovem alteram o funcionamento neuroquímico, sendo necessária a intervenção do psiquiatra. Responsabilização sobre a própria condição emocional: apesar do abatimento emocional do jovem, é importante que ele assuma a responsabilidade pelo próprio soerguimento.

Conquanto seja uma atitude difícil no auge da crise suicida, cabe à rede social do jovem (família, psicólogo, psiquiatra, amigos) motivá-lo ao autocuidado, para que não considere ser somente cuidado, mas também ator pela manutenção da própria saúde. Frequência na Casa Espírita: o Centro Espírita, como hospital das almas, oferece excelentes contribuições para o restabelecimento da saúde integral dos nossos adolescentes. Considerando que o adolescente já esteja cônscio de sua responsabilidade pelo próprio tratamento, é fundamental que ele frequente, assiduamente, as atividades de evangelização espírita,que geram, de início, duas consequências positivas: a inserção em um novo grupo de amizades e,depois, o estudo e reflexão das páginas doutrinárias que propiciarão uma higienização mental, destruindo ligações fluídicas perniciosas que acometem o funcionamento psíquico do jovem. Evangelização Espírita: a compreensão dos princípios espíritas,com base numa fé raciocinada,promove a consolação do jovem em crise e, consequentemente, previne o suicídio, conforme explana Allan Kardec: [...]

O Espiritismo dá a ver as coisas de tão alto, que, perdendo a vida terrena três quartas partes da sua importância,o homem não se aflige tanto com as tribulações que a acompanham.Daí, mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. Daí, também, o banimento da ideia de abreviar os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio, sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de um futuro, que temos a faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação.[...]4 Mocidade Espírita: vale destacar a importância do acompanhamento afetivo dos evangelizadores da mocidade espírita com o jovem que esteja vivenciando este processo de adoecimento psíquico. Nesse sentido, além da dedicação às aulas sobre Espiritismo,é fundamental prestar atenção na vida desse jovem, promovendo acompanhamento individualizado e fraterno compartilhando com o jovem seu dia a dia, dificuldades, desafios etc.

Desobsessão: outro importante auxiliar é o tratamento desobsessivo,associado à terapia de passes e água fluidificada que, juntos,promovem o reequilíbrio psíquico,emocional e espiritual do adolescente.Este suporte espiritual precisa, necessariamente, do comprometimento do jovem, que deve se dedicar à oração diária, a leituras edificantes e à vigilância dos pensamentos. Embora seja uma triste realidade que acomete milhares de jovens em todo o mundo, é importante estarmos atentos à orientação do Apóstolo dos gentios, considerando que temos a nosso favor a consolação espírita, as ciências da Terra, a razão e o amor para protegê-los. Façamos, pois, de tudo pela edificação da juventude. SINAIS QUE INDICAM RISCO DE COMPORTAMENTO SUICIDA 1. Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos, pouca rede social; 2.

Doença psiquiátrica; 3. Alcoolismo; 4. Ansiedade ou pânico; 5. Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia; 6. Mudança no hábito alimentar e de sono; 7. Tentativa de suicídio anterior; 8. Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha; 9. Perda recente e significativa – morte, divórcio, separação etc.; 10. História familiar de suicídio. Adaptado do Manual de prevenção de suicídio do Ministério da Saúde.5 Referências: 1SCIVOLETTO, Sandra; BOARATI, Miguel A.;TURKIEWICZ, Gizela (2010). Emergências psiquiátricas na infância e na adolescência. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 32,supl. II, out. 2010. 2ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do suicídio – um recurso para conselheiros.Genebra: OMS, 2006. 3PEREIRA, Yvonne A. O drama da Bretanha. Pelo Espírito Charles. 10. ed. 5. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. cap. Marcus de Villiers, p. 79. 4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio Janeiro: FEB, 2012. Conclusão, it. 7. 5BRASIL. Prevenção do Suicídio – Manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 200

Leila do Amaral
http://www.sistemas.febnet.org.br/reformadoronline/pagina/?id=367

terça-feira, 2 de julho de 2013

Porque as pessoas tentam o suicídio

As pessoas tentam o suicídio porque não podem suportar a sua dor psicológica e duvidam que alguma vez irão ficar melhor, sugere uma nova pesquisa.

Embora isso possa parecer intuitivo, os novos resultados, publicados este mês na revista Suicide and Life-Threatening Behavior [veja aqui], contradiz outras hipóteses de que as tentativas de suicídio são impulsivas ou um "grito de socorro".

"As nossas descobertas realmente convergiram em duas motivações que se aplicam a todos os que estavam no nosso estudo: a dor psicológica insuportável e o desespero de que as coisas não melhoram", disse o co-autor David E. Klonsky, psicólogo da Universidade de British Columbia, no Canadá.

As descobertas podem ter implicações para os médicos que tentam identificar quais pacientes correm maior risco de suicídio, disse Klonsky. Pesquisas anteriores já haviam descoberto que a demografia ou a genética podem desempenhar um papel importante no risco de suicídio.

Por exemplo, uma pesquisa mostrou que as crianças com autismo têm um maior risco de suicídio. A depressão também está ligado ao suicídio. Mas tais generalizações não fornecem orientações úteis para os médicos identificarem os pacientes que estão em maior risco.

Para isso, os pesquisadores devem primeiro obter uma melhor compreensão do que leva as pessoas às tentativa de suicídio. Assim, os pesquisadores desenvolveram um questionário para entender as motivações suicidas, e, em seguida, deram-no a 120 pessoas que tentaram suicídio nos últimos três anos.

Metade das pessoas veio da população em geral e tinham uma idade média de 38 anos, enquanto a outra metade era composta por alunos de graduação com uma média de idade de 21 anos. A maioria tinha tentado o suicídio entre uma e três vezes, mas pelo menos um paciente tinha feito 15 tentativas.

A esmagadora maioria das pessoas disseram que tentaram o suicídio por causa de sofrimento psicológico insuportável e porque estavam sem esperança de que iriam melhorar. A maioria também estava a pensar em suicídio há muitos anos.

Ao contrário das teorias anteriores, eles não mostraram mais impulsividade do que a população em geral, e não estavam propensos a dizer que a tentativa foi um grito de socorro. Os resultados sugerem que medidas como colocar redes debaixo das pontes pode prevenir o suicídio porque eles não frustrar uma tentativa impulsiva de suicídio.

Em vez disso, tais impedimentos previnem o suicídio por alguns minutos, horas ou dias - tempo suficiente para que os estados mentais das pessoas melhorem e até possam suportar a dor um pouco mais e, possivelmente, obtenham ajuda, afirmou Klonsky.

No entanto, pode haver mais fatores a distinguir aqueles que pensam em suicídio e aqueles que tentam fazê-lo. Outra pesquisa mostrou que as pessoas que sofrem de depressão que não tentam o suicídio podem ser tão infelizes e sem esperança, mas têm mais medo da ideia de que aqueles que fazem as tentativas.

"Tudo sobre a nossa biologia é para evitar a dor, evitar lesões, evitar a morte", afirmou Klonsky citado pelo LiveScience. Mas as pessoas que tentam o suicídio têm menos medo da dor e da morte. As pessoas que têm uma história de auto-mutilação, por exemplo, podem ter menos medo de tentar o suicídio do que aqueles que não o fazem.

Outra pesquisa mostrou que a habituação à ideia - que passa simplesmente por pensar muitas vezes sobre ela ou, por exemplo, andar numa ponte elevada enquanto considera o suicídio - também pode tornar as pessoas mais propensas a realizar uma tentativa. O novo estudo também fornece uma ferramenta para encontrar as pessoas em risco por causa de sofrimento psicológico, desespero e falta de medo da dor ou morte.

"Nós também achamos que um senso de conexão com os outros - a família, a comunidade, os amigos - é um importante fator de proteção que mantém as pessoas ligadas à vida e a querer viver, mesmo se estiverem em desespero ou dor", concluiu Klonsky.

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