Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

sábado, 7 de julho de 2012

Falar mais sobre suicídio ajuda na prevenção, dizem especialistas

SAÚDE A falta de diálogo e reflexão sobre o tema, ainda tabu no Brasil, aumenta o sofrimento psíquico Por: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual Publicado em 05/07/2012, 08:35 Última atualização às 09:10 Características pessoais, somadas ao sofrimento inerente à vida, podem levar a desequilíbrios emocionais profundos (João Correira Filho/Arquivo RBA)) São Paulo – Enquanto a população brasileira cresceu 17,8% entre 1998 e 2008, o número de homicídios aumentou 19,5% e o de óbitos por acidentes de transporte, 26,5%. Porém, o suicídio teve crescimento de 33,5% no mesmo período, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora o Brasil não esteja entre os países com maiores médias, o dado se torna preocupante quando é levado em conta o tamanho da população brasileira. Além disso, é crescente o número de pessoas em algumas regiões do Rio Grande do Sul e sobretudo entre os indígenas, que se enforcam, se intoxicam com medicamentos e agrotóxicos, como o chumbinho (substância também usada como veneno contra ratos), que disparam contra si próprios armas de fogo ou saltam de grandes alturas.  Considerado problema de saúde pública, o suicídio é definido como ato de deliberadamente tirar a própria vida. “No entanto, nem todas as pessoas que põem fim à própria vida estão em condições emocionais e mentais para tomar essa decisão sem a interferência de um problema mental ou falsas crenças”, diz Neury Botega, professor de Medicina da Universidade de Campinas (Unicamp) no documentário Suicídio no Brasil, realizado pelo Grupo de Pesquisa e Prevenção do Suicídio (PesqueSui), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Seu coordenador, o pesquisador Carlos Eduardo Estellita-Lins, é organizador do livro Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro, lançado esta semana no Rio de Janeiro. Conforme especialistas, o suicídio é resultado de uma combinação perigosa de depressão, alcoolismo, traços de impulsividade e outros problemas mentais, além da perda de esperança no futuro, da fé, dos sonhos utópicos. A maioria das vítimas brasileiras é de adultos jovens, do sexo masculino. Para José Belisário Filho, psiquiatra especializado em infância e adolescência que também participa do documentário da Fiocruz, o período correspondente à infância encolheu e a adolescência aumentou. “Pela própria transitoriedade da fase, surgem no período mais ideações suicidas”, diz. Segundo ele, estudos mostram que o número de casos em idade escolar aumentou em comparação com o do século passado. “As pessoas têm medo de falar disso. E os jovens acham que têm algo de muito errado com eles quando têm esses pensamentos. Se eles pudessem dialogar sobre isso, iriam ver que muitos pensam ou pensaram como eles em algum momento da vida”, diz o especialista.  “O problema não é ter o pensamento suicida, mas não saber o que fazer com ele. Falta preparação dos adolescentes e jovens para o sofrimento”, completa Neury Botega, que considera que a falta de diálogo sobre suicídio é como jogar para debaixo do tapete um problema e ser surpreendido mais tarde por um caso fatal que poderia ter sido evitado.  Ainda segundo os especialistas, os serviços de saúde devem oferecer medidas para aumentar as chances de reflexão e ampliar as possibilidades de saídas para a angústia e para o sofrimento e que, assim, a pessoa em sofrimento psíquico encontre outras alternativas além do fim de sua própria existência.  Entre as medidas de prevenção apontadas estão campanhas divulgadas pela imprensa e, principalmente, a restrição de acesso aos meios letais, como o chumbinho, um agrotóxico usado como raticida que tem causado muitas mortes. Em alguns países, como a Austrália, houve redução nas taxas de suicídio depois de amplas campanhas e do desarmamento da população. Em outros, há sucesso com a colocação de barreiras em plataformas de trens e metrôs e de intervenções em grandes edificações, como a colocação de redes, além da embalagem de comprimidos em cartelas-bolha em vez de soltos, em vidros. “Com isso dá tempo de chegar alguém enquanto a pessoa destaca comprimido por comprimido. Há uma chance de socorro”, diz Marcelo Tavares, do Núcleo de Intervenção ao Suicídio da Universidade de Brasília (UnB).  “A menor dificuldade que se coloca para o salto de uma janela, de um parapeito, pode levar a pessoa a refletir melhor se vale mesmo a pena aquele esforço”, diz Marcelo.  Seis por meia dúzia O livro Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro é resultado de três anos de pesquisa realizada nos polos de emergência psiquiátrica do Rio de Janeiro. Relata o atendimento aos pacientes que atentam contra a sua própria vida nas emergências dos hospitais da cidade, e aborda as dificuldades dos profissionais de saúde desde a recepção até o atendimento pelo psiquiatra e, principalmente, a constatação da inexistência de serviços preparados para esta demanda. O livro traz ainda depoimentos de profissionais, de sobreviventes e de camelôs que vendem o chumbinho, veneno dos mais procurados por suicidas, sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vendido livremente.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

UNIVERSIDADE E SUICÍDIO - Discutindo Arquitetura e Prevenção


Luiz Carlos Formiga


Com o titulo “Arquitetura segura – uma reflexão para o futuro”, no dia 12 de agosto, aconteceu um simpósio na nossa Universidade do Estado, coordenado pela Vice-Reitoria.

UERJ é Pela VIDA, constatamos no hall dos elevadores:
“Torre Eiffel. 370 pessoas se suicidaram de 1898 até 1971. Foram colocadas grades protetoras.”

O suicídio nos chamou a atenção por causa de nossa linha de pesquisa. No segundo quartel da década de 1960 começamos a trabalhar com um agente etiológico de uma doença infecciosa respiratória letal para crianças não vacinadas. A morte de uma criança pela paralisia do diafragma e miocardite deixa qualquer um perplexo. Foi assim que fiquei posteriormente ao ler “Aspectos médico-sociais das tentativas de suicídio de crianças por ingestão de produtos químicos, J. Ped., 43: 152-156, 1977.” O alcoolismo estava presente na vida dos pais.

A última atividade do simpósio foi sobre “plantas tóxicas”. Embora, perfumadas e belas são perigosas como as mentes que não possuem sensibilidade.


Comentando suicídio, arquitetura e comportamento, o professor Marcelo Tavares, UNB, chamou a atenção de que ‘Notre Dame é uma gaiola. Você não percebe porque a beleza permaneceu, mesmo depois de executada medida preventiva."
http://www.notredamedeparis.fr/spip.php?rubrique2
"Empire States (Nova Iorque). De 1931 a 1947 ocorreram diversos suicídios até a colocação de cerca ao redor do observatório."
Por que as crianças se suicidam? Até entendia as razões do adulto, mas compreender tentativas de suicídio de crianças por ingestão de produtos químicos era “over-dose”. Fui à luta e escrevi sobre isso, em dezembro de 1981, no Reformador, 99(1833): 387-392 e estou nela até hoje.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/por-que-criancas-se-suicidam.html
Existem homens capazes de resistir a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta fragilidade/resistência e o que contribui para essa estrutura maior ou menor, em termos de inteligência emocional e espiritual. Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade, o que fez o psiquiatra Miguel Chalub (O Globo, 12-5-1979), lembrar que em situações altamente dramáticas, como nos campos de concentração, o número de suicídios é bem pequeno.

O professor Tavares da UNB comentou que para ganhar a liberdade o indivíduo atravessa a barreira de arame farpado, mas, para morrer, ele exige alguma gratificação, não quer sentir dor.
Reichstag (Berlim). Novas barreiras de segurança e aumento do efetivo policial para evitar os freqüentes suicídios que ocorrem da sua cúpula.
http://www.berlinistin.com/2010/04/suicidio-no-reichstag.html

Na UERJ, Neury José Botega, professor da faculdade de medicina na UNICAMP lecionou Epidemiologia e Prevenção e nos fez pensar com números. Disse que “pela primeira vez no Brasil se discute 'Arquitetura Segura'”. Dizendo ainda que houve aumento de suicídios (17%) no Brasil, nos últimos 10 anos, informou que registramos 25 suicídios por dia, mas esse número deve ser 20% maior. Num acidente que ocorre com ônibus a morte de 25 passageiros sairia na primeira página de jornal, mas 25 suicídios não são noticiados. Indicou o Mapa da Violência 2011 e nos pediu para não deixar de pensar no suicídio da população indígena, que está ligado ao alcoolismo.
http://blog.planalto.gov.br/mapa-da-violencia-2011-aponta-causas-de-homicidios-entre-jovens-no-brasil/

Botega ensinou como se faz prevenção universal (população geral); seletiva (de risco mais elevado) e indicada (alto risco). Na população geral a conscientização e a redução de acesso aos meios letais são importantes. Há risco mais elevado na presença de doenças mentais (alcoolismo, transtorno bipolar) que devem ser tratadas. Não esquecer adolescentes grávidas e epilepsia. Uma tentativa é o principal fator de risco. Há alto risco e devemos seguir os que já tentaram, incentivando a continuar o tratamento. O telefonema ajuda muito.


Alguns manuais são fundamentais.

Discutir o suicídio e oferecer informações adequadas são procedimentos importantes para a prevenção.

OMS deve ser visitada. Vejam, entre outros, o manual em português para professores e educadores.
http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/en/suicideprev_educ_port.pdf
www.who.int./mental_health/resources/suicide/en/index.html

Como oferecer orientações sobre como abordar o suicídio na imprensa, preservando o direito à informação e colaborando para a prevenção? A resposta existe e merece ser examinada, portanto vamos nos utilizar da ABP Editora, que fez um manual dirigido ao profissional de imprensa.
http://www.abp.org.br/sala_imprensa/manual/img/CartilhaSuicidio_2009_light.pdf

Veja um manual para profissionais de Saúde em ATENÇÃO PRIMÁRIA para prevenção do suicídio.
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/sms/usu_doc/prevencao_do_suicidio.pdf
http://www.cvvnovohamburgo.org.br/apoio-emocional.html?gclid=CL7KrdKj0qoCFUh_5godbxJ5MA

Divida com a gente. Então, se você tem sentido vontade de conversar com alguém, ligue para o CVV. Nós temos todo o tempo do mundo para saber como vai você.

CVV é um serviço de apoio emocional gratuito e sigiloso, disponível 24h por dia, 365 dias por ano, a todas as pessoas que estejam querendo conversar.
http://www.cvv.org.br/
Lista de contatos e endereços dos Postos CVV em todo o Brasil.
http://www.cvv.org.br/site/images/stories/o_cvv/postos_cvv.pdf

Em outubro de 2011, pretendemos estar no III Seminário de Prevenção do Suicídio da UERJ. Estudaremos os “Aspectos sociais e culturais na compreensão e prevenção do suicídio".
Nestes dias teremos peça teatral como atividade complementar:
“A história do homem que ouve Mozart e da moça do lado que escuta o homem.”

Na UERJ funciona um Núcleo Espírita Universitário (NEU)
http://neu-uerj.zip.net/ norteado pelas pesquisas e obras de Allan Kardec
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/allan-kardec-e-sua-missao.html

Com metodologia científica o pesquisador francês conseguiu demonstrar que a morte do corpo não mata a vida, fazendo do suicídio um ato estúpido
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/metodologia-cientifica.html

Em Uberaba, impressionou-me o sofrimento e a expectativa daquelas mães esperando a comunicação, como Nair Belo. Chico Xavier tinha um limite e psicografava “poucos”, durante cada reunião.

Qual o critério utilizado pela espiritualidade para a escolha das mães privilegiadas?

Um amigo disse-me já ter feito a pergunta. Fora informado de que o critério era a profundidade da dor na alma, aquela que poderia levar ao suicídio.
http://naocometasuicidio.blogspot.com/2011/03/aborto-e-suicidio-luiz-carlos-formiga.html
Com Chico Xavier aquelas mães acabavam concordando que a morte é apenas uma mudança de estilo de vida.
http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.10.htm

Investigações sistemáticas passaram a demonstrar que pessoas religiosas não eram sempre neuróticas ou instáveis e que indivíduos com fé religiosa profunda, na realidade pareciam lidar melhor com estresses da vida, recuperar-se mais rapidamente de depressão e apresentar menos ansiedade e outras emoções negativas que as pessoas menos religiosas
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_tit_Drogas_e_Espiritualidades.htm
O suicídio, ato isolado, não pode ser politicamente blindado e de algum modo repercute no trabalhador. Uma funcionária que escutou o barulho, ao olhar pela janela foi parar no hospital com crise hipertensiva, nos informou o médico João Luiz Clara André do DESSAUDE, que tem, como vocação, a prevenção/promoção da saúde dos trabalhadores da UERJ.

O professor Marcelo Tavares comentou que nossa cultura não foi preparada para lidar com o sofrimento psíquico grave e "relatou o caso específico de um grande shopping de uma capital, onde o suicídio era freqüente. Descreveu o problema, a intervenção arquitetônica realizada e seus efeitos."

O NEU tem procurado, mesmo que de forma imperfeita, colaborar nessa discussão.
http://naocometasuicidio.blogspot.com/2011/02/suicidio-e-loucura-dr-luiz-carlos.html

"UERJ (Rio de Janeiro). De 1989 até 2011 (agosto) foram 11 suicídios. Estamos trabalhando para mudar esse quadro."

(*) Texto enviado, como retroalimentação, à Vice Reitoria da UERJ, pelo Prof. Dr. Luiz Carlos D. Formiga, Aposentado, Faculdade de Ciências Médicas, participante.


domingo, 17 de junho de 2012

SUICÍDIO - UMA FUGA SEM NORTE, SEM SENTIDO, SEM RAZÃO


Em julho de 1862, Kardec analisa uma estatística estarrecedora e publica na Revista Espírita que “desde o começo do século XIX, o número dos suicídios na França, de 1836 a 1852, era de 52.126 suicídios, ou seja em média 3.066 por ano. Em 1858, contaram-se 3.903 suicídios, dos quais 853 mulheres e 3.050 homens. Enfim, segundo a última estatística no curso do ano de 1859, 3.899 pessoas se mataram, a saber, 3.057 homens e 842 mulheres."(1)
Atualmente, como se não bastasse o inquietante “Dia Nacional de Prevenção ao Suicídio”, a Justiça francesa está investigando a onda de suicídios na operadora de telefonia France Telecom. Nos últimos anos, 46 funcionários da companhia se mataram – 11 deles apenas em 2010, segundo dados da direção da empresa e dos sindicatos. Infelizmente, é exatamente nos países ricos, em que a ambição e o materialismo se acentuam, onde sobressaem os preconceitos, que o número de óbitos por suicídio é mais aterrorizante. Segundo estimativa dos estudiosos, alguns países do Velho Continente carecem de um “plano nacional para a prevenção de suicídios”, pois é ameaçador o número de mortes auto-infligidas.
Kardec escreveu que o suicídio é contagioso – “o contágio não está nem nos fluidos nem nas atrações; ele está no exemplo que familiariza com a ideia da morte e com o emprego dos meios para que ela se dê; isto é tão verdadeiro que quando um suicídio ocorre de uma certa maneira, não é raro ver vários deles do mesmo gênero se sucederem.”(2) Quinze anos antes da Revolução Francesa, o lançamento do livro “Werther”, do poeta alemão Goethe, provocou uma onda de suicídio na Europa. “Romeu e Julieta, criação de Shakekspeare, assim como tantos Romeus e Julietas da vida real, se matam para vingar-se de seu ambiente e das pessoas que estão ao seu redor”(3)
Albert Camus, em “O Mito de Sísifo”, defende a tese de que só existe um problema filosófico realmente grave: o suicídio - Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder a questão de filosofia.(!?) Que o abonem os escritores Artur Shopenhauer em “As Dores do Mundo”, que induz seu leitor invigilante ao suicídio, e Friedrich Wilhelm Nietzsche, que escreveu em “Assim Falava Zaratustra”, que orar é vergonhoso, afirmando que “a ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más.”(!?)
O suicídio é uma ação unicamente humana, e está presente em todas as civilizações. Suas matrizes originais são abundantes e intricadas. Algumas pessoas (re)nascem com certas desordens psiquiátricas, tal como a esquizofrenia e o alcoolismo, o que obviamente acresce o risco de suicídio. Os determinantes do autocídio patológico estão nas ansiedades mentais, desesperanças, desgostos, intranquilidades emocionais, alucinações recorrentes. Podem estar vinculados a falência financeira, vergonha e mácula moral, decepções amorosas, depressão, solidão, medo do futuro, soberba pessoal (recusa a admitir o fracasso) ou exacerbado amor próprio (acreditar que sua imagem não possa sofrer nenhum arranhão ou ferimento). Mas cremos que a exata causa do suicídio não está nas ocorrências infelizes em si, todavia na atitude como a pessoa cede diante do desgost o.
Há autoextermínios por ideias fixas, realizados fora do império da razão, como aqueles, por exemplo, que ocorreram na psicose, na embriaguez; aqui a causa é meramente fisiológica; mas paralelamente “se encontra a categoria, muito mais numerosa, dos suicídios voluntários, realizados com premeditação e com pleno conhecimento de causa.”(4) O Codificador indagou aos espíritos – “que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida?”. Os Benfeitores responderam: "Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes seria uma carga!"(5)
Há dois milênios Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados”.(.6) Mas como compreender a conveniência de sofrer para ser feliz? Por que uns já (re)nascem abastados e outros na miséria, sem nada haverem feito (na atual existência) que justifique essas posições? “A certeza da imortalidade pode confortar e gerar resignação, contudo não elucida essas aberrações, que parecem contradizer a justiça Divina. Se Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.”(7)
Na Terra, é preciso ter tranquilidade para viver e conviver, até porque não há tormentos e problemas que perdurem uma eternidade. Lembremos que a vida não assenta em nossos ombros fardos mais pesados que nossos limites de carregá-los. A calma e a resignação hauridas da maneira de avaliar a vida terrestre e da certeza no futuro “dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.”(8) Porém, a incredulidade, a simples suspeição sobre o futuro espiritual, as opiniões materialistas por fim, são os grandes incitantes ao suicídio e ocasionam o acovardamento moral.
Os Benfeitores Espirituais advertem que o suicídio é comparável a alguém que pula no escuro sobre um despenhadeiro de brasas. Após a morte, descrevem os espíritos , advém ao suicida a sede, a fome, a friagem ou o calor insuportável, o cansaço, a insônia, os irresistíveis desejos impudicos, a promiscuidade e as tempestades com constantes inundações de lamas fétidas. E pior, aos que fogem da luta, lembramos que adiar dívida moral significa reencontrá-la mais tarde (pela reencarnação) com juros somados com cobrança sem moratória.
A Terceira Revelação comprova através das comunicações mediúnicas a posição desventurada com que deparam os suicidas e comprova que nenhuma pessoa infringe impunemente a lei de Deus. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à ideia do suicídio: a confiança de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será de tal maneira mais venturosa quão mais infeliz e abdicada tenha sido na Terra.
É vero! O suicídio é uma porta falsa em que o indivíduo, avaliando alforriar-se de seus incômodos, desmorona em circunstância extremamente mais arruinada. Precipitado violentamente para o Além-túmulo, repleto de fluido vital no corpo aniquilado, revive, continuamente, por longo tempo, os espicaces de consciência e sensações dos últimos momentos, além de permanecer debaixo de penosa tortura, aprisionado aos despojos carnais sob a própria tumba. Como se ainda não bastasse, permanecerá na dimensão espiritual submerso em regiões de penumbras, onde seus martírios serão tenazes, a fim de aprender na dor pungente a respeitar a vida com mais empenho noutras oportunidades reencarnatórias.
Portanto, “a certeza de que, abreviando a vida, chega justamente a um resultado diferente daquele que espera alcançar; que se livra de um mal para ter um pior, mais longo e mais terrível, que não reverá, no outro mundo, os objetos de sua afeição, que queria ir reencontrar; de onde a consequência de que o suicídio está contra os seus próprios interesses. Também o número de suicídios impedidos pelo Espiritismo é considerável, e se pode disso concluir que quando todo o mundo for espírita, não haverá mais suicídios voluntários, e isso chegará mais cedo do que se crê.”(9)
Sabemos que a prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade do Criador. Destarte, quando nos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, urge sobrepor-se a ela, e, quando houvermos conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera ou do desespero, devemos dizer, cheios de justa satisfação: "Fui o mais forte."(11)
Ante o impositivo da Lei da fraternidade, precisamos orar pelos nossos irmãos que deram fim às suas vidas, apiedando-nos de suas dores, sem condená-los.

Jorge Hessen
http//jorgehessen.net

Referências bibliográficas:
(1)Análise sobre Estatística dos suicídios que  Kardec fez  do livro “Comédie sociale au dix-neuvième siècle” , autoria de B. Gastineau, publicado na Revista Espírita, julho de 1862
(2)Idem
(3)Disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/argumentos-suicidio-...
(4)Análise sobre Estatística dos suicídios que  Kardec fez  do livro “Comédie sociale au dix-neuvième siècle” , autoria de B. Gastineau, publicado na Revista Espírita, julho de 1862
(5)Kardec , Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2001, perg. 945
(6)Lc. VI, vv. 20 e 21
(7) Kardec , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2006, cap V
(8)Idem
(9)Análise sobre Estatística dos suicídios que  Kardec fez  do livro “Comédie sociale au dix-neuvième siècle” , autoria de B. Gastineau, publicado na Revista Espírita, julho de 1862
 (10) Kardec , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2006, cap V

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Suicídio estatística OMS - tribuna

Publicada: 23/07/2011 02:16| Atualizada: 23/07/2011 01:14 Catiane Magalhães A cada minuto, duas pessoas se suicidam no mundo. Por dia, são aproximadamente três mil que tiram a própria vida. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o Órgão, o Brasil ocupa o 73º lugar no ranking dos que registram o maior percentual de casos. Entretanto, considerando números reais, o país avança 64 casas, alcançando a 9ª colocação. Aqui, a média diária é de 25 mortes provocadas, ou seja, pouco mais de nove mil por ano. Os números, apesar de relativamente baixos, se comparado a outros países, cujos índices são alarmantes, como o Japão, Eslovênia, Rússia, Hungria, Canadá e Grécia, já preocupam, pois crescem a cada ano. Na última década, a taxa de suicídio aumentou mais de 17% entre os jovens de 15 a 24 anos, e 20% entre a população com mais de 60 anos. A pesquisa revela um dado ainda mais alarmante: para cada suicídio cometido, são registrados, no mínimo, 20 tentativas frustradas. Para cada tentativa mal sucedida, outras cinco pessoas estão planejando pôr fim à própria vida e outras 17 já pensaram ou pensam seriamente em se matar. O que pouca gente sabe é que tragédias assim podem ser evitadas. Há quase 50 anos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta ajuda a pessoas com todo o tipo de problemas, sobretudo as com tendência suicida, nas capitais e principais cidades do país, totalizando 70 postos em várias regiões do Brasil. Sem cunho religioso ou político, o CVV atende 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive nos feriados. Um grupo de profissionais voluntários trabalha com a prevenção do suicídio, através da valorização da vida. Os profissionais ouvem os problemas e fazem aconselhamentos fundamentados na psicologia e filosofia. Em Salvador, uma unidade funciona na Rua do Bângala, na Moraria, com atendimentos presenciais de segunda à sexta, das 8 às 18 horas; e virtuais, 24 horas, todos os dias, através dos telefones 3322-4111 ou 141, além de respostas a e-mails e bate-papo por chat. Apesar da pouca divulgação, o grupo tem uma procura razoável e chega a fazer, em média, 1.500 atendimentos, entre presenciais e por telefone. Esse número é bem maior se contabilizadas às correspondências respondidas.  “As pessoas vivem tão atribuladas, sempre com tanta pressa, que não se dispõem a ouvir a outra. É o que eu costumo chamar de solidão em grupo, ou seja, é quando o indivíduo vive cercado de gente, mas se sente sozinho.   Quando a pessoa nos procura é porque não está mais aguentando e, na maioria dos casos, ouvimos algo que jamais foi dito para alguém, nem mesmo à família. Isso demonstra como as relações andam superficiais. As pessoas não se doam; não se ajudam”, disse a coordenadora e voluntária do CVV, Soraia Coelho. Segundo ela, o surgimento das redes sociais contribuiu para o aumento da solidão em grupo. “Agora, a moda é ‘colecionar’ amigos e seguidores, com quem, na maioria das vezes, o indivíduo não se relaciona ou, ao menos, conversa na vida real. São amizades vazias ou pseudorelacionamentos”, ressalta. Em contrapartida, essa carência faz aumentar a procura por instituições de ajuda, a exemplo do CVV, onde todas as informações são mantidas em absoluto sigilo. As vítimas não precisam se identificar e os voluntários também mantêm o anonimato. Toda informação ouvida não é comentada nem entre os profissionais da entidade. “Não sabemos quem está do outro lado da linha, do mesmo modo que eles não sabem quem somos, mas mantemos uma relação de confiança um pelo outro”, salienta Soraia. De acordo com ela, o trabalho dos voluntários da CVV já impediu várias tragédias. “A gente só encerra o diálogo, seja pessoalmente ou por telefone, depois que conseguimos proporcionar alguma melhora no outro. É impossível estabelecer números, mas temos a consciência de que ajudamos muitas pessoas à beira da loucura. Prova disso é a quantidade de ligações de agradecimento que recebemos”, comenta. Motivos do desespero  Sobre os motivos que levam uma pessoa a suicidar-se, a coordenadora do CVV disse que não existe uma fórmula. Além disso, as razões variam de acordo com a faixa etária. Entre os mais jovens, as causas mais prováveis são: desilusão amorosa, fim de relacionamento, gravidez precoce e o uso de álcool e drogas.   Entre os mais velhos, o transtorno de bipolaridade, endividamento, perda de emprego são os supostos motivos. A maioria dos atentados à própria vida está diretamente ligada à depressão, que pode ser desencadeada por um ou a soma de vários desses problemas. “Não podemos dizer que todo suicida é depressivo, mesmo porque existe uma diferença grande entre depressão e tristeza. O que há é diferentes formas de enfrentar os problemas. Tem pessoas que sabem contornar. Outras, não. A maneira como lidar com o acúmulo faz toda diferença”, pontua. Curso para voluntários  – Criado por um grupo de 17 amigos, no início da década de 60, com o intuito de reduzir a taxa de suicídio, o CVV atualmente conta com o trabalho de 30 voluntários, que se revezam em esquema de plantão, 24 horas por dia. O grupo que oferece ajuda às pessoas, agora pede ajuda para continuar se mantendo. “Precisamos de mais colaboradores para dá sequência aos trabalhos. Por isso, ministraremos, nos dias 13 e 14 de agosto, o curso preparatório para voluntários”, a coordenadora da entidade, ressaltando que qualquer pessoa maior de 18 anos pode se candidatar.

domingo, 27 de maio de 2012

Suicídio e aborto de anencéfalos


LUIZ CARLOS FORMIGA


Com tristeza recebemos do Supremo Tribunal (STF) o placar de 8 a 2. Embora o Brasil tenha hoje um expressivo número de espíritas, ainda não somos capazes de influenciar e ajudar ministros.


O que liga o comportamento suicida ao aborto de anencéfalos?

São dois temas que não eram muito discutidos nas Casas Espíritas, embora encontrassemos nelas cartazes da FEB, incluindo a eutanásia e as drogas.

O que liga o aborto de anencéfalos aos suicidios são aqueles cometidos à partir de altos edifícios, em prédios como o da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. (1,2)

Através da mediunidade recebemos informações que nos ajudam a refletir. Na noite de 11 de abril de 2012, quando o Supremo Tribunal estudava a questão do aborto do anencéfalo, o espírito Joanna de ângelis (1) nos recorda que:
“nada no universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia. De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.”

Joanna comenta a deserção do ser revoltado, diante de problemáticas que parecem não ter solução, explicando que “desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.”

Na “imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado mediante quedas espetaculares de edifícios desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila…”

No dia 12 de agosto 2011, estivemos num simpósio na UERJ (2). Quando lá chegamos observamos a comunicação visual, no hall dos elevadores, unindo arquitetura e prevenção.

“Torre Eiffel. 370 pessoas se suicidaram de 1898 até 1971. Foram colocadas grades protetoras.”
“Reichstag (Berlim). Novas barreiras de segurança e aumento do efetivo policial para evitar os frequentes suicídios que ocorrem da sua cúpula.”
“Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução. É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.”(1)
Joanna assevera:
“muitos desses assim considerados (anencéfalos), no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral. Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.”

Por causa do erro médico, o Conselho Federal de Medicina criou uma comissão especial para normatizar o diagnóstico de fetos anencéfalos. O grupo tem dois meses para estabelecer os critérios. (3) Além disso o Brasil contará com mais 30 hospitais para atender a demanda.(4)

Por outro lado, mesmo os verdadeiros anencéfalos, diz Joanna de Ângelis, “necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual. Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida.

Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual…

Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.

Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.

Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.”

Essa foi também uma das preocupações do ministro Lewandowski:
“abriria portas para a interrupção da gravidez de inúmeros embriões”(5) e torna válida a questão que fizemos anteriormente: e depois dos anencéfalos? (6)
Joanna adverte-nos:
“… e quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral. Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade…

A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.”

Poderíamos dizer que, na política do aborto, o que se queria era “desumanizar” o embrião.(7)

Joanna apela:
“compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se. Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.”

Toda criança anancéfala é um espirito reencarnado? (8)

Em “O Cirurgião e a Doença da Negação” (9) comentamos a dificuldade do médico diante do alcoolismo e dissemos que o final poderia ser diferente. Conta ele que tinha mania de arma, fez tiro ao alvo. Um dia o filho tirou tudo de casa, porque ele estava com a intenção de dar um tiro na cabeça. A dependência química, não só pelo álcool, é também capaz de, por si só, desestruturar o modelo organizador biológico e por isso levar a quadros, que sem o devido critério, poderiam, à primeira vista, ser diagnosticados como anencefalia. Imagine isso agravado pelo tiro no crânio. Joanna comenta que o autocídio por arma de fogo oferece os mesmos efeitos das quedas espetaculares dos edifícios ou de abismos.

Depois desta decisão do STF, creio que deveremos adotar uma “caderneta de preces especiais”, como aquela de Divaldo P. Franco, onde ele colocou “o suicida do trem”. (10)
Fontes:

1. http://amigoespirita.ning.com/group/temas-espiritas/forum/topics/anencefalia

2. 
http://visaoespiritabr.com.br/noticias/universidade-e-suicidio
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/
http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/UNIVERSIDADE_E_SUICIDIO_LCF.html
3. http://www.midianews.com.br/videos.inc.php?id=8966

4. http://www.grandefm.com.br/brasil/brasil-tera-95-hospitais-para-aborto-de-anencefalos-ainda-em-2012

5. http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/04/abrindo-porta.html

6. http://sinapseslinks.wordpress.com/2012/04/09/e-depois-dos-anencefalos/ http://temporecord.wordpress.com/2012/04/11/%C2%B4e-depois-dos-anencefalos/

7. http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.2.htm
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html


8. http://visaoespiritabr.com.br/tag/anencefalia
http://amigoespirita.ning.com/profiles/blogs/uma-crian-a-ananc-fala-um-espirito-rencarnado
9. http://visaoespiritabr.com.br/moral-crista/o-cirurgiao-e-a-doenca-da-negacao
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/04/o-cirurgiao-e-doenca-da-negacao.html
10. http://wwwgrupoespiritacaminhodedamasco.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Com afeto: mais vida, menos sofrimento


Com afeto: mais vida, menos sofrimento


O afeto e sua importância na diminuição do risco do suicídio

O psiquiatra Carlos Braz Saraiva realçou esta quarta-feira a importância do afeto na prevenção dos suicídios, que têm aumentado entre os portugueses nos últimos anos, segundo informa a agência Lusa.

“A subida das taxas de suicídio, em Portugal, vem desde o princípio do século XXI”, afirmou o responsável pela consulta de prevenção do suicídio dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Braz Saraiva falava numa conferência de imprensa, destinada a apresentar o programa comemorativo dos 20 anos de existência daquela consulta, que começa na sexta-feira, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, com um ciclo de cinema temático que se prolonga até 25 de Maio.

O professor universitário disse que o índice actual de suicídios em Portugal é ligeiramente superior a 10 por 100 mil habitantes em cada ano.

Se houver mais afeto, o risco diminui”, disse, defendendo a importância de “criar proximidades e alternativas” para minimizar os comportamentos suicidários.

Carlos Braz Saraiva sublinhou, ainda, que 90 por cento das crises suicidárias estudadas, desde 1992, pela equipe de seis médicos voluntários que asseguram a consulta de prevenção do suicídio dos HUC, acabam "por serem superadas em um mês”.

“Estudamos, nestes anos, aquilo que se chama crise suicidária”, assumindo particular “interesse pela narrativa do sofrimento” dos pacientes, que são encaminhados para a consulta a partir das urgências dos HUC (agora integrados no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, CHUC).

Nesta consulta de subespecialização, foram observados “mais de mil doentes” desde o início.

Além da assistência às pessoas com comportamentos suicidários, consulta criada por Braz Saraiva visa também a investigação científica e a realização de sessões em escolas no âmbito da prevenção.

A comemoração do 20.º aniversário da consulta de prevenção do suicídio “vai marcar o ano de 2012 com uma série de iniciativas”, salientou o presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes.

Celebrando o acontecimento, “queremos dar o realce que a consulta merece”, disse, por seu turno, António Reis Marques, diretor do Serviço de Psiquiatria dos HUC.

3/5/2012
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/saude/03-05-12/suicidio-afectos-sao-importantes-para-diminuir-o-risco
Nota: Adaptado ao português brasileiro por nós.