Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.
domingo, 22 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
As Tristes Consequências do Suicídio
As Tristes Consequências do Suicídio
Volta e meia aparece na mídia alguma reportagem sobre o suicídio, suas causas, consequências, repercussões sociais... Especialistas tecem conjecturas sobre o que leva as pessoas a se suicidarem e o que as impede, e assim vai.
Triste que poucas vezes vejamos os ensinamentos espíritas serem trazidos à tona nessas ocasiões. Desde a Codificação, ou seja, há mais de 150 anos, o Espiritismo nos traz boas respostas sobre causas e consequências do suicídio, valendo-se de métodos que a Ciência tradicional jamais admitiria, como ouvir os próprios suicidas, do lado de lá, a nos revelarem a sua situação "post mortem".
O Livro dos Espíritos discorre amplamente sobre o suicídio na visão espírita. Vejamos alguns dos pontos mais relevantes:
944 O homem tem o direito de dispor de sua própria vida?
– Não, apenas Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.
946 O que pensar do suicida que tem por objetivo escapar das misérias e decepções deste mundo?
– Pobres Espíritos, que não têm coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aqueles que sofrem, e não aos que não têm força nem coragem. As aflições da vida são provas ou expiações; felizes aqueles que as suportam sem queixas, porque serão recompensados! [...]
950 O que pensar daquele que tira a própria vida na esperança de atingir mais cedo uma vida melhor?
– Outra loucura! Se fizer o bem a atingirá mais cedo. Pelo suicídio retarda sua entrada num mundo melhor, e ele mesmo pedirá para vir terminar essa vida que encurtou por uma falsa idéia. Um erro, seja qual for, nunca abre o santuário dos eleitos.
O Livro dos Espíritos, assim, deixa claro que o suicídio nunca é a saída para nenhum tipo de problema. Não resolve nenhuma situação, não afasta nenhum mal. Pelo contrário: sempre piora a situação que o suicida visava resolver por meio do suicídio.
Se pretendia fugir ao sofrimento, se verá com as mesmas antigas dores, no mundo espiritual, e outras mais ainda, aquelas causadas pelo suicídio. Seu sofrimento aumenta ao ver que não pôde pôr fim à sua existência, constatando que terá que continuar sofrendo, e agora com mais severidade, pois cometeu outra grande falta.
Se pretendia reencontrar um ente querido, demorará mais ainda a vê-lo, ficando necessariamente afastado deste ente no plano espiritual. Isto lhe será imposto como castigo, por ter antecipado a própria morte, mostrando desprezo pelo bem sublime que lhe fora dado por Deus, a vida corpórea, meio necessário a tantos aprendizados e tarefas da maior importância.
Temos vários exemplos como esse, contados pelos próprios suicidas, por meio de médiuns, no belíssimo livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.
Além disso, o Evangelho Segundo o Espiritismo também nos adverte contra as nefastas consequências para os suicidas:
Capítulo 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
"O Suicídio e a Loucura"
17 Para contrapor-se à idéia do suicídio, o espírita tem vários motivos: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será muito mais feliz quanto mais confiante e resignado tenha sido na Terra; a certeza de que, ao encurtar sua vida, alcançará um resultado completamente oposto daquele que esperava, porque liberta-se de um mal para entrar num outro pior, mais longo e mais terrível; que se engana ao acreditar que, por se matar, chegará mais rápido ao Céu, e, além de tudo, o suicídio também é um obstáculo para que ele se reúna às pessoas de sua afeição, que esperava reencontrar no outro mundo. Daí a conseqüência de que o suicídio, dando-lhe apenas decepções, está contra os seus interesses.
A reprovação do suicídio decorre de sua essência mesmo. Trata-se de um ato que põe fim antecipado a uma existência que, como todas as outras, estava destinada a provações e expiações, a crescimento e aprendizado, a tentar, errar, aprender, ajudar ao próximo e a si mesmo... Daí a sua essência infeliz.
Mas não percamos as esperanças e a fé nunca! Nem tudo está perdido, jamais, nem mesmo para os suicidas, graças a Deus!
Nosso Pai Celestial, fonte infinita da mais pura Bondade e Amor, sempre dará novas oportunidades aos irmãos suicidas, facilitando a depuração do seu ser, sua evolução e melhoria dos seus sentimentos e da sua fé.
Assim é que a todos sempre se dará nova chance, a seu tempo! O tempo pode ser mais ou menos longo; a jornada até lá, pode ser mais ou menos difícil; mas todos, invariavelmente todos mesmo, conseguirão erguer seus espíritos à categoria de pureza e bondade sublime a que todos aspiramos.
Seja você parente, amigo ou colega de um suicida, ou seja você alguém que um dia já pensou ou pensa em tirar a própria vida, não desanime e não perca sua fé jamais! Confie em Deus, ore sempre, ore com o seu coração, e Ele sempre lhe dará, imediatamente, o amparo e a luz de que você precisar.
Ore livremente, com o seu coração e com suas próprias palavras. O seu sentimento verdadeiro é sempre o mais importante! Se precisar, no entanto, de ajuda para a sua oração, sugiro a prece 72 do Evangelho Segundo o Espiritismo:
Prece Por um suicida
Sabemos, Senhor, meu Deus, o destino reservado àqueles que violam vossas leis ao encurtar voluntariamente seus dias; mas sabemos também que vossa misericórdia é infinita: dignai-vos estendê-la sobre a alma de ... Possam nossas preces e vossa piedade suavizar a amargura dos sofrimentos que suporta por não ter tido a coragem de esperar o fim de suas provas!
Bons Espíritos, cuja missão é ajudar aos infelizes, tomai-o sob vossa proteção, inspirai-lhe o arrependimento por sua falta, e que vossa assistência lhe dê a força para suportar com mais resignação as novas provas que terá de passar para repará-la. Afastai dele os maus Espíritos que poderiam levá-lo novamente para o mal e prolongar seus sofrimentos, fazendo-o perder o fruto de suas futuras provas.
Vós, cuja infelicidade é o motivo das nossas preces, que possa nossa compaixão suavizar a amargura e fazer nascer em vós a esperança de um futuro melhor! Esse futuro está em vossas mãos; confiai-vos à bondade de Deus, cujos braços sempre estão abertos a todos os arrependimentos, e só permanecem fechados aos corações endurecidos.
domingo, 15 de setembro de 2013
Suicídio - uma abordagem espiritual
Suicídio - uma abordagem espiritual
Muitas pessoas limitam seus interesses à matéria, às paixões e aos vícios. Sendo assim, o mundo delas se reduz às coisas passageiras, esquecendo-se da eternidade que é a alma. Suas preocupações se tornam uma obsessão; as pessoas ao seu redor muitas vezes não notam seus problemas, pois o indivíduo sabe camuflar de tal forma que quando o suicídio acontece é surpresa para todos.
Sabemos das dificuldades que cada um enfrenta no dia-a-dia. Cada um, realmente, carrega a sua cruz. Neste processo evolutivo as dificuldades enfrentadas são as mesmas, o que difere é que para uns pode ser menos penoso, devido a sua forma de ver os acontecimentos, ou seja, a evolução individual é algo primordial para que possamos ter um melhor entendimento da vida.
Atualmente, cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio todos os anos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. Entre os países desenvolvidos, o Japão ocupa o primeiro lugar, e há tempos atrás ficou conhecido como o “Reino dos Suicídios”. Neste país, está se tornando comum a prática do suicídio coletivo. Em 2003, o Japão registrou 34 suicídios cometidos em duplas ou grupos por pessoas que se conheceram pela internet e faziam pactos. Também neste mesmo ano, foram registrados 34.427 suicídios no Japão, 7,1% a mais que em 2002. Está se tornando uma coisa tão comum que todos os anos diversos escritores lançam livros sobre este assunto. O livro Manual Completo do Suicídio, de Wataru Tsurumi, teve sua primeira edição lançada em 4 de julho de 1993, e se tornou um best-seller, pois descrevia inúmeras formas de suicídio, com ranking de facilidade, dor e dicas estratégicas.
Suicídio coletivo
O suicídio coletivo é uma prática antiga. Ficou conhecida devido às seitas que pregavam uma filosofia que chegava a psicotizar o indivíduo. Extraí de um site que fala um pouco da história das seitas, alguns dos suicídios coletivos mais famosos:
1978 – Vocês se lembram de Jim Jones? Era um líder fanático que se intitulava “pastor do Templo do Povo”. Possuía guarda-costas chamados de “anjos”e levou aproximadamente 900 pessoas ao suicídio na Guiana.
1985 – Na ilha de Mindanao, nas Filipinas, sessenta integrantes da tribo Ata são encontrados mortos em conseqüência de um envenenamento ordenado pelo “guru” Datu Mangayanon.
1987 – Em Yongin, arredores da capital Seul (Coréia do Sul), trinta e dois discípulos da sacerdotisa Park Soon-Ja foram encontrados com a garganta destroçada. Uma autópsia revelou que eles beberam um veneno muito potente.
1993 – Cinquenta e três habitantes de um bairro de Ta He, 300 quilômetros a noroeste de Hanói, se suicidaram com armas de fogo para “chegar ao paraíso” prometido pelo chefe Ca Van Liem. Entre as vítimas estavam dezenove crianças.
1994 – Cinqüenta e três membros da seita “Ordem do Templo Solar” cometeram, igualmente, suicídio coletivo. A seita parecia praticar um tipo de culto solar. A morte dos membros parecia fazer parte de um ritual que levaria os indivíduos da seita para um outro planeta-estrela chamado “Sirius”. Para apressar a viagem, várias das vítimas, incluindo algumas crianças, foram mortas com disparos na cabeça ou asfixiadas com bolsas plásticas pretas ou envenenadas. Dois membros da seita, antes de morrer, deixaram escrito que eles estavam “deixando esta terra para encontrar uma nova dimensão de verdade e absolvição, longe da hipocrisia deste mundo”.
1997 – A seita americana “Porta do Céu”, Heaven’s Gate, fundada nos EUA em 1972 por Marshall Applewhite e Bonnie Lu Trousdale Nettles, cometeu suicídio coletivo. O saldo de mortos foi de trinta e nove pessoas. Homens de 26 a 72 anos, da classe média e alta, ingeriram comprimidos de fenobarbital acompanhado por forte dose de vodka, esperando irem embora da terra na cauda do cometa Halley.
1998 – No dia 05 de outubro de 1998, seis membros da seita conhecida como Igreja Youngsang (Vida Eterna), uma das muitas seitas apocalípticas da Coréia do Sul, e seu líder, Jong-min, 57 anos, foram encontrados queimados mortos em uma mini-van após um ritual religioso. A polícia coreana disse que o líder deixou sua casa em Seul, em julho, com seis seguidores, dizendo que eles estavam embarcando em uma viagem eterna.
2000 – Cerca de oitocentas pessoas que estavam envolvidas com a seita “Movimento Pela Restauração dos Dez Mandamentos” morreram carbonizadas na sede da seita, em Uganda, na África. Antes de cometerem o suicídio coletivo, o líder da seita os incentivou a abandonarem seus bens, pois iriam se encontrar com a Virgem Maria. Pelo jeito, o único mandamento que a seita não quis restaurar foi o “Não matarás”.
A timidez e o suicídio
O psicólogo Antonio Carlos Alves de Araújo publicou um estudo sobre as pessoas que praticam o suicídio, fazendo um paralelo com a timidez: “Obviamente, a problemática é mundial; vide o episódio no Japão sobre o suicídio coletivo dos hikikomoris (tímidos ou reclusos). Neste caso específico, a timidez caminhou para o suicídio, devido às pressões de uma determinada cultura que talvez não preste a atenção devida ao relacionamento humano, mas tão somente ao desempenho profissional e competição, embora não seja um aspecto encontrado apenas no Japão. (...) O tímido teme a situação de prova a todo o momento; quando se retira do contato cria uma ficção de vitória por não ter que passar por determinado apuro, mesmo que isto lhe custe um prazer futuro. (...) O tímido, na verdade, comete uma espécie de “estelionato social”; sua lei é retirar, sendo que os aspectos de egoísmo estão totalmente presentes. (...) O último estágio do processo da timidez é a depressão profunda ou o transtorno do pânico e até o suicídio, quando a pessoa não consegue mais nenhum tipo de satisfação devido a sua conduta masturbatória perante a vida. (...) O suicídio e timidez têm como temática básica a questão de como enfrentar a profunda solidão. O primeiro não enxerga nenhuma alternativa para resolver o dilema; o segundo se acostumou e desfruta da mesma”.
Alguns julgam a prática do suicídio um ato corajoso, outros, um ato covarde. A realidade é que é um ato penoso para quem pratica, pois seus problemas estarão apenas começando, após esta fuga da matéria. Ninguém queira conhecer o “Vale dos Suicidas”, ou melhor, deveriam ter pelo menos uma visão deste lugar para que tenham consciência de que se o inferno existe, ali é o lugar.
Um dos maiores escritores de Portugal, Camilo Castelo Branco, se suicidou aos 65 anos com um tiro no ouvido, quando foi acometido por uma cegueira, devido a uma doença nos olhos. Alguns anos mais tarde, por meio da médium Yvonne Pereira, escreveu Memórias de um Suicida, no qual descreveu com riqueza de detalhes a situação dos que suicidam e sua permanência no Vale dos Suicidas. Em determinado momento, ele fala sobre entidades perversas que escravizam criaturas nas condições amargurosas em que se via. Aprisionado, juntamente com outros suicidas, foram obrigados a fazer uma caminhada “penosamente, por um vale profundo, onde nos vimos obrigados a enfileirar-nos de dois a dois, enquanto faziam idênticas manobras os nossos vigilantes. Cavernas surgiram de um lado e outro das ruas que se diriam antes estreitas gargantas entre montanhas abruptas e sombrias, e todas numeradas. Tratava-se, certamente, de uma estranha “povoação”, uma “cidade” em que as habitações seriam cavernas, dada a miséria de seus habitantes, os quais não possuiriam cabedais suficientes para torná-las agradáveis e facilmente habitáveis (...) Não se distinguiria terreno, senão pedras, lamaçais ou pântanos, sombras, aguaceiros... Sob os ardores da febre excitante da minha desgraça, cheguei a pensar que, se tal região não fosse um pequeno recôncavo da Lua, existiriam por lá, certamente, locais muito semelhantes”.
Dessa forma, imaginem um grupo de suicidas chegando do “outro lado”, tomando ciência de que a vida continua, apesar da promessa de “paraíso” feita por “religioso” ou através de um pacto mal planejado pela Internet, onde a realidade não corresponde com a ilusão dos suicidas que terão que responder por estes atos. A frustração ao chegar do outro lado faz com que os suicidas se arrependam ardentemente, porém, é tarde demais.
Orientações espíritas
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, lê-se que “as conseqüências do suicídio são muito diversas: não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o provocaram. Mas uma conseqüência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos: depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em uma nova existência que será pior que aquela da qual interromperam o curso”.
Entrevistei Richard Simonetti, um dos mais conceituados escritores espíritas. Perguntei: Quando uma determinada “religião” ou “líder religioso” levam seus seguidores ao suicídio coletivo, quem terá maior dosagem de culpa? Qual o grau de responsabilidade do líder religioso e do seu seguidor? Ele respondeu que “a responsabilidade maior será do líder, que terá, inclusive, o compromisso de ajudar seus seguidores a se recomporem”.
Indaguei novamente: “Caso o seguidor desta seita foi induzido ao suicídio, mesmo assim ele responderá por este ato praticado contra si próprio? Ele informou que “sim, porque não foi obrigado a matar-se, simplesmente rendeu-se às sugestões recebidas”.
Sendo assim, temos consciência de que tanto pela iniciativa, quanto pela indução, iremos responder pelos nossos atos, afinal, temos o livre-arbítrio para tomar as decisões que achamos cabíveis naquele momento, muitas vezes, sem ter a noção exata das conseqüências futuras.
Quando se deseja algo, seja bom ou ruim, temos ao nosso lado espíritos que irão captar as imagens em nossa mente e poderão, dessa forma, criar condições para que o nosso objetivo se concretize. Em se tratando de suicídio, obsessores irão envolver sua presa para que esta pratique este ato. No suicídio coletivo, uma legião de obsessores poderá estar pronta a “encaminhar” para as zonas sombrias seus desafetos do passado ou apenas indivíduos com a mesma afinidade de pensamentos e propósitos.
Independente do país, o suicídio coletivo é uma realidade. As autoridades devem tomar consciência da seriedade deste assunto e um estudo mais profundo deve ser elaborado para tentar evitar tal atrocidade. Aos candidatos ao suicídio coletivo, reflitam muito bem antes. Procurem ajuda, seja com amigos, parentes ou uma determinada religião que trabalhe o emocional da pessoa, mostrando uma visão global e cristã da vida. Nos centros espíritas, pode-se obter ajuda através de palestras educativas e esclarecedoras, passe, tratamento da desobsessão, água fluidificada, leituras edificantes e o culto do evangelho no lar.
Não se deixe levar pelas ilusões de um mundo melhor pós-suicídio, afinal a porta falsa do suicídio é uma armadilha para um caminho de muitos sofrimentos.
É nossa obrigação acolher com carinho as pessoas que sabemos ter tendência suicida. Devemos estar atentos, para que elas não cometam esta atrocidade contra si mesmas. Muitas vezes, o medo faz com que procurem outras pessoas com o mesmo intuito suicida, se encorajando, acabam praticando o suicídio coletivo.
Escrito por Marco Tulio Michalick
Revista Cristã de Espiritismo nº 43
http://www.dihitt.com/barra/suicidio--uma-abordagem-espiritual-1
Muitas pessoas limitam seus interesses à matéria, às paixões e aos vícios. Sendo assim, o mundo delas se reduz às coisas passageiras, esquecendo-se da eternidade que é a alma. Suas preocupações se tornam uma obsessão; as pessoas ao seu redor muitas vezes não notam seus problemas, pois o indivíduo sabe camuflar de tal forma que quando o suicídio acontece é surpresa para todos.
Sabemos das dificuldades que cada um enfrenta no dia-a-dia. Cada um, realmente, carrega a sua cruz. Neste processo evolutivo as dificuldades enfrentadas são as mesmas, o que difere é que para uns pode ser menos penoso, devido a sua forma de ver os acontecimentos, ou seja, a evolução individual é algo primordial para que possamos ter um melhor entendimento da vida.
Atualmente, cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio todos os anos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. Entre os países desenvolvidos, o Japão ocupa o primeiro lugar, e há tempos atrás ficou conhecido como o “Reino dos Suicídios”. Neste país, está se tornando comum a prática do suicídio coletivo. Em 2003, o Japão registrou 34 suicídios cometidos em duplas ou grupos por pessoas que se conheceram pela internet e faziam pactos. Também neste mesmo ano, foram registrados 34.427 suicídios no Japão, 7,1% a mais que em 2002. Está se tornando uma coisa tão comum que todos os anos diversos escritores lançam livros sobre este assunto. O livro Manual Completo do Suicídio, de Wataru Tsurumi, teve sua primeira edição lançada em 4 de julho de 1993, e se tornou um best-seller, pois descrevia inúmeras formas de suicídio, com ranking de facilidade, dor e dicas estratégicas.
Suicídio coletivo
O suicídio coletivo é uma prática antiga. Ficou conhecida devido às seitas que pregavam uma filosofia que chegava a psicotizar o indivíduo. Extraí de um site que fala um pouco da história das seitas, alguns dos suicídios coletivos mais famosos:
1978 – Vocês se lembram de Jim Jones? Era um líder fanático que se intitulava “pastor do Templo do Povo”. Possuía guarda-costas chamados de “anjos”e levou aproximadamente 900 pessoas ao suicídio na Guiana.
1985 – Na ilha de Mindanao, nas Filipinas, sessenta integrantes da tribo Ata são encontrados mortos em conseqüência de um envenenamento ordenado pelo “guru” Datu Mangayanon.
1987 – Em Yongin, arredores da capital Seul (Coréia do Sul), trinta e dois discípulos da sacerdotisa Park Soon-Ja foram encontrados com a garganta destroçada. Uma autópsia revelou que eles beberam um veneno muito potente.
1993 – Cinquenta e três habitantes de um bairro de Ta He, 300 quilômetros a noroeste de Hanói, se suicidaram com armas de fogo para “chegar ao paraíso” prometido pelo chefe Ca Van Liem. Entre as vítimas estavam dezenove crianças.
1994 – Cinqüenta e três membros da seita “Ordem do Templo Solar” cometeram, igualmente, suicídio coletivo. A seita parecia praticar um tipo de culto solar. A morte dos membros parecia fazer parte de um ritual que levaria os indivíduos da seita para um outro planeta-estrela chamado “Sirius”. Para apressar a viagem, várias das vítimas, incluindo algumas crianças, foram mortas com disparos na cabeça ou asfixiadas com bolsas plásticas pretas ou envenenadas. Dois membros da seita, antes de morrer, deixaram escrito que eles estavam “deixando esta terra para encontrar uma nova dimensão de verdade e absolvição, longe da hipocrisia deste mundo”.
1997 – A seita americana “Porta do Céu”, Heaven’s Gate, fundada nos EUA em 1972 por Marshall Applewhite e Bonnie Lu Trousdale Nettles, cometeu suicídio coletivo. O saldo de mortos foi de trinta e nove pessoas. Homens de 26 a 72 anos, da classe média e alta, ingeriram comprimidos de fenobarbital acompanhado por forte dose de vodka, esperando irem embora da terra na cauda do cometa Halley.
1998 – No dia 05 de outubro de 1998, seis membros da seita conhecida como Igreja Youngsang (Vida Eterna), uma das muitas seitas apocalípticas da Coréia do Sul, e seu líder, Jong-min, 57 anos, foram encontrados queimados mortos em uma mini-van após um ritual religioso. A polícia coreana disse que o líder deixou sua casa em Seul, em julho, com seis seguidores, dizendo que eles estavam embarcando em uma viagem eterna.
2000 – Cerca de oitocentas pessoas que estavam envolvidas com a seita “Movimento Pela Restauração dos Dez Mandamentos” morreram carbonizadas na sede da seita, em Uganda, na África. Antes de cometerem o suicídio coletivo, o líder da seita os incentivou a abandonarem seus bens, pois iriam se encontrar com a Virgem Maria. Pelo jeito, o único mandamento que a seita não quis restaurar foi o “Não matarás”.
A timidez e o suicídio
O psicólogo Antonio Carlos Alves de Araújo publicou um estudo sobre as pessoas que praticam o suicídio, fazendo um paralelo com a timidez: “Obviamente, a problemática é mundial; vide o episódio no Japão sobre o suicídio coletivo dos hikikomoris (tímidos ou reclusos). Neste caso específico, a timidez caminhou para o suicídio, devido às pressões de uma determinada cultura que talvez não preste a atenção devida ao relacionamento humano, mas tão somente ao desempenho profissional e competição, embora não seja um aspecto encontrado apenas no Japão. (...) O tímido teme a situação de prova a todo o momento; quando se retira do contato cria uma ficção de vitória por não ter que passar por determinado apuro, mesmo que isto lhe custe um prazer futuro. (...) O tímido, na verdade, comete uma espécie de “estelionato social”; sua lei é retirar, sendo que os aspectos de egoísmo estão totalmente presentes. (...) O último estágio do processo da timidez é a depressão profunda ou o transtorno do pânico e até o suicídio, quando a pessoa não consegue mais nenhum tipo de satisfação devido a sua conduta masturbatória perante a vida. (...) O suicídio e timidez têm como temática básica a questão de como enfrentar a profunda solidão. O primeiro não enxerga nenhuma alternativa para resolver o dilema; o segundo se acostumou e desfruta da mesma”.
Alguns julgam a prática do suicídio um ato corajoso, outros, um ato covarde. A realidade é que é um ato penoso para quem pratica, pois seus problemas estarão apenas começando, após esta fuga da matéria. Ninguém queira conhecer o “Vale dos Suicidas”, ou melhor, deveriam ter pelo menos uma visão deste lugar para que tenham consciência de que se o inferno existe, ali é o lugar.
Um dos maiores escritores de Portugal, Camilo Castelo Branco, se suicidou aos 65 anos com um tiro no ouvido, quando foi acometido por uma cegueira, devido a uma doença nos olhos. Alguns anos mais tarde, por meio da médium Yvonne Pereira, escreveu Memórias de um Suicida, no qual descreveu com riqueza de detalhes a situação dos que suicidam e sua permanência no Vale dos Suicidas. Em determinado momento, ele fala sobre entidades perversas que escravizam criaturas nas condições amargurosas em que se via. Aprisionado, juntamente com outros suicidas, foram obrigados a fazer uma caminhada “penosamente, por um vale profundo, onde nos vimos obrigados a enfileirar-nos de dois a dois, enquanto faziam idênticas manobras os nossos vigilantes. Cavernas surgiram de um lado e outro das ruas que se diriam antes estreitas gargantas entre montanhas abruptas e sombrias, e todas numeradas. Tratava-se, certamente, de uma estranha “povoação”, uma “cidade” em que as habitações seriam cavernas, dada a miséria de seus habitantes, os quais não possuiriam cabedais suficientes para torná-las agradáveis e facilmente habitáveis (...) Não se distinguiria terreno, senão pedras, lamaçais ou pântanos, sombras, aguaceiros... Sob os ardores da febre excitante da minha desgraça, cheguei a pensar que, se tal região não fosse um pequeno recôncavo da Lua, existiriam por lá, certamente, locais muito semelhantes”.
Dessa forma, imaginem um grupo de suicidas chegando do “outro lado”, tomando ciência de que a vida continua, apesar da promessa de “paraíso” feita por “religioso” ou através de um pacto mal planejado pela Internet, onde a realidade não corresponde com a ilusão dos suicidas que terão que responder por estes atos. A frustração ao chegar do outro lado faz com que os suicidas se arrependam ardentemente, porém, é tarde demais.
Orientações espíritas
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, lê-se que “as conseqüências do suicídio são muito diversas: não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o provocaram. Mas uma conseqüência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos: depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em uma nova existência que será pior que aquela da qual interromperam o curso”.
Entrevistei Richard Simonetti, um dos mais conceituados escritores espíritas. Perguntei: Quando uma determinada “religião” ou “líder religioso” levam seus seguidores ao suicídio coletivo, quem terá maior dosagem de culpa? Qual o grau de responsabilidade do líder religioso e do seu seguidor? Ele respondeu que “a responsabilidade maior será do líder, que terá, inclusive, o compromisso de ajudar seus seguidores a se recomporem”.
Indaguei novamente: “Caso o seguidor desta seita foi induzido ao suicídio, mesmo assim ele responderá por este ato praticado contra si próprio? Ele informou que “sim, porque não foi obrigado a matar-se, simplesmente rendeu-se às sugestões recebidas”.
Sendo assim, temos consciência de que tanto pela iniciativa, quanto pela indução, iremos responder pelos nossos atos, afinal, temos o livre-arbítrio para tomar as decisões que achamos cabíveis naquele momento, muitas vezes, sem ter a noção exata das conseqüências futuras.
Quando se deseja algo, seja bom ou ruim, temos ao nosso lado espíritos que irão captar as imagens em nossa mente e poderão, dessa forma, criar condições para que o nosso objetivo se concretize. Em se tratando de suicídio, obsessores irão envolver sua presa para que esta pratique este ato. No suicídio coletivo, uma legião de obsessores poderá estar pronta a “encaminhar” para as zonas sombrias seus desafetos do passado ou apenas indivíduos com a mesma afinidade de pensamentos e propósitos.
Independente do país, o suicídio coletivo é uma realidade. As autoridades devem tomar consciência da seriedade deste assunto e um estudo mais profundo deve ser elaborado para tentar evitar tal atrocidade. Aos candidatos ao suicídio coletivo, reflitam muito bem antes. Procurem ajuda, seja com amigos, parentes ou uma determinada religião que trabalhe o emocional da pessoa, mostrando uma visão global e cristã da vida. Nos centros espíritas, pode-se obter ajuda através de palestras educativas e esclarecedoras, passe, tratamento da desobsessão, água fluidificada, leituras edificantes e o culto do evangelho no lar.
Não se deixe levar pelas ilusões de um mundo melhor pós-suicídio, afinal a porta falsa do suicídio é uma armadilha para um caminho de muitos sofrimentos.
É nossa obrigação acolher com carinho as pessoas que sabemos ter tendência suicida. Devemos estar atentos, para que elas não cometam esta atrocidade contra si mesmas. Muitas vezes, o medo faz com que procurem outras pessoas com o mesmo intuito suicida, se encorajando, acabam praticando o suicídio coletivo.
Escrito por Marco Tulio Michalick
Revista Cristã de Espiritismo nº 43
http://www.dihitt.com/barra/suicidio--uma-abordagem-espiritual-1
Brasil tem 25 suicídios por dia
A morte do músico Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr., na madrugada desta segunda-feira (9) levanta a polêmica sobre o tema suicídio. Segundo último levantamento do Datasus, bando de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2010, foram 9.448 óbitos por suicídio no País, número 95% superior em relação à pesquisa feita em 1990.
Na pesquisa do Datasus, os homens lideram o índice de óbitos por suicídio, independente da faixa etária. No entanto, os brasileiros na faixa de 30 a 39 anos de idade dispararam de 795 casos em 1990 para 1.607 em 2010. Já a quantidade de suicídios entre mulheres na mesma faixa etária foi bem menor em 20 anos: de 242 casos em 1990 para 389 em 2010.
Outra faixa etária que chama atenção na pesquisa é a de adolescentes, entre 15 e 19 anos. O levantamento do SUS apontou aumento de 60% de aumento no período, com 605 vítimas em 2010.
Para o CVV (Centro de Valorização da Vida), é preciso derrubar tabus e destacar a importância de falar sobre o assunto que envolve, em média, 25 brasileiros vítimas de suicídio por dia. Com essa premissa, a instituição promoveu nesta terça-feira (10), o 2º Seminário de Prevenção do Suicídio, exatamente no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Realizado no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação (Cecape) "Dra.Zilda Arns", de São Caetano, o encontro aberto ao público contou com a participação de importantes agentes no trato do suicídio, que contribuíram com informações para a população ajudar a reduzir o número de casos no Brasil.
Sinais
Carlos Correia, voluntário do CVV, conta que todas as pessoas que pensam em suicídio transmitem sinais. "Eles podem ser percebidos por quem está em volta e, com o acolhimento, o sentimento negativo é superado e o tratamento direcionado", apontou o voluntário do CVV, que oferece trabalho de apoio emocional gratuito por telefone, chat ou pessoalmente a qualquer cidadão.
Flávia Ismael, coordenadora do Pronto-Socorro Psiquiátrico de São Caetano, contou que não existe perfil padrão do suicida, mas um agrupamento de fatores que sinalizam maior tendência, como faixa etária, sexo, doenças mentais e, principalmente, perdas em geral. "O suicídio é o pior desfecho da psiquiatria, que trabalha preventivamente para evitar o sentimento depressivo, além de acompanhar aqueles que estão envolvidos com o paciente, pois é papel de quem está em volta abordar o assunto", afirmou.
Sobre o fato de os adolescentes se destacarem, e muito, na lista de casos de suicídio no Brasil, a psiquiatra Flávia Ismael explica que as constantes pressões para que o jovem siga determinados padrões é um dos principais fatores. "Na maioria dos casos, o distanciamento e a apatia sinalizam um comportamento que deve ser analisado preventivamente", afirmou.
A tenente Adriana de Moraes Zuppo, do Corpo de Bombeiros de São Caetano, diz que o processo para convencer a pessoa a não concluir a tentativa de suicídio é demorado. "Cria-se um vínculo com o bombeiro e o acompanhamento deste indivíduo é fundamental para que a ocorrência não regrida", comenta.
De acordo com o CVV, vários motivos podem levar alguém ao suicídio. Geralmente, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões externas, como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso e humilhação.
Para saber mais sobre o trabalho do CVV, presente em São Caetano, Santo André e São Bernardo, acesse www.cvv.org.br.
Ouvir ajuda vítima sair da crise
Segundo o CVV, o suicídio continua sendo um tabu. É preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto e compartilhar informações ligadas ao tema, assim como já ocorreu com as doenças sexualmente transmissíveis ou câncer, cuja prevenção se tornou bem-sucedida, porque as pessoas passaram a dominar o assunto.
Outra informação importante é que as vítimas sempre pedem socorro quando o suicídio parece uma saída. A vontade de viver conflita com o desejo de se autodestruir. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece a intenção de viver.
O CVV ressalta que a sociedade precisa perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está em crise se sente sozinha e isolada. A recomendação é perguntar "tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?". Nessa hora, ter alguém para ouvir a vítima pode fazer toda diferença. "E qualquer um pode ser esse ombro amigo, que ouve sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir", ensina o CVV.
(Colaborou Iara Voros)
http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/420143/brasil-tem-25-suicidios-por-dia/
Na pesquisa do Datasus, os homens lideram o índice de óbitos por suicídio, independente da faixa etária. No entanto, os brasileiros na faixa de 30 a 39 anos de idade dispararam de 795 casos em 1990 para 1.607 em 2010. Já a quantidade de suicídios entre mulheres na mesma faixa etária foi bem menor em 20 anos: de 242 casos em 1990 para 389 em 2010.
Outra faixa etária que chama atenção na pesquisa é a de adolescentes, entre 15 e 19 anos. O levantamento do SUS apontou aumento de 60% de aumento no período, com 605 vítimas em 2010.
Para o CVV (Centro de Valorização da Vida), é preciso derrubar tabus e destacar a importância de falar sobre o assunto que envolve, em média, 25 brasileiros vítimas de suicídio por dia. Com essa premissa, a instituição promoveu nesta terça-feira (10), o 2º Seminário de Prevenção do Suicídio, exatamente no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Realizado no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação (Cecape) "Dra.Zilda Arns", de São Caetano, o encontro aberto ao público contou com a participação de importantes agentes no trato do suicídio, que contribuíram com informações para a população ajudar a reduzir o número de casos no Brasil.
Sinais
Carlos Correia, voluntário do CVV, conta que todas as pessoas que pensam em suicídio transmitem sinais. "Eles podem ser percebidos por quem está em volta e, com o acolhimento, o sentimento negativo é superado e o tratamento direcionado", apontou o voluntário do CVV, que oferece trabalho de apoio emocional gratuito por telefone, chat ou pessoalmente a qualquer cidadão.
Flávia Ismael, coordenadora do Pronto-Socorro Psiquiátrico de São Caetano, contou que não existe perfil padrão do suicida, mas um agrupamento de fatores que sinalizam maior tendência, como faixa etária, sexo, doenças mentais e, principalmente, perdas em geral. "O suicídio é o pior desfecho da psiquiatria, que trabalha preventivamente para evitar o sentimento depressivo, além de acompanhar aqueles que estão envolvidos com o paciente, pois é papel de quem está em volta abordar o assunto", afirmou.
Sobre o fato de os adolescentes se destacarem, e muito, na lista de casos de suicídio no Brasil, a psiquiatra Flávia Ismael explica que as constantes pressões para que o jovem siga determinados padrões é um dos principais fatores. "Na maioria dos casos, o distanciamento e a apatia sinalizam um comportamento que deve ser analisado preventivamente", afirmou.
A tenente Adriana de Moraes Zuppo, do Corpo de Bombeiros de São Caetano, diz que o processo para convencer a pessoa a não concluir a tentativa de suicídio é demorado. "Cria-se um vínculo com o bombeiro e o acompanhamento deste indivíduo é fundamental para que a ocorrência não regrida", comenta.
De acordo com o CVV, vários motivos podem levar alguém ao suicídio. Geralmente, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões externas, como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso e humilhação.
Para saber mais sobre o trabalho do CVV, presente em São Caetano, Santo André e São Bernardo, acesse www.cvv.org.br.
Ouvir ajuda vítima sair da crise
Segundo o CVV, o suicídio continua sendo um tabu. É preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto e compartilhar informações ligadas ao tema, assim como já ocorreu com as doenças sexualmente transmissíveis ou câncer, cuja prevenção se tornou bem-sucedida, porque as pessoas passaram a dominar o assunto.
Outra informação importante é que as vítimas sempre pedem socorro quando o suicídio parece uma saída. A vontade de viver conflita com o desejo de se autodestruir. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece a intenção de viver.
O CVV ressalta que a sociedade precisa perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está em crise se sente sozinha e isolada. A recomendação é perguntar "tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?". Nessa hora, ter alguém para ouvir a vítima pode fazer toda diferença. "E qualquer um pode ser esse ombro amigo, que ouve sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir", ensina o CVV.
(Colaborou Iara Voros)
http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/420143/brasil-tem-25-suicidios-por-dia/
O suicídio não resolve…, por Paiva Netto
O suicídio não resolve…, por Paiva Netto
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Ensinava Alziro Zarur (1914-1979):
—O suicídio não resolve as angústias de ninguém.
Estava com a razão o autor de Poemas da Era Atômica.
Matar-se abala, por largo tempo, a existência do Espírito, pois ofende a Lei Divina, que é Amor, mas também Justiça.
Quando a dor apertar, por favor, lembre-se desta página de André Luiz, na psicografia do venerando Francisco Cândido Xavier (1910-2002):
Mais um pouco*¹
“Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio te poupará enormes desgostos.
“Quando fores tentado a colaborar na maledicência, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência te livrará de muitas complicações.
“Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-te-á gloriosa bênção de luz.
“Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o bom entendimento mais um pouco e não sofrerás o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.
“Quando a lição oferecer dificuldade à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será divina resposta à tua expectativa.
“Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-te-á coroa santificante.
“Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao teu campo de ação.
“Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue ajudando a todos, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.
“Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco de paciência, amor, renunciação e Boa Vontade, a favor de teu próprio bem-estar.
“O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco”.
O Salmo 31:24 da Bíblia Sagrada adverte fraternalmente:
– Tende coragem, e Ele fortalecerá o coração de todos vós que esperais no Senhor.
O Rabino Henry Sobel pondera:
– Não somos donos da Vida, mas apenas os guardiões dela.
Honremos, pois, o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a Vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos.
Substancial é que saibamos humildemente entender os Seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós.
A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode adestrar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos.
Do livro Billy Graham responde, emerge esta elucidação do respeitado pastor norte-americano:
— A vida nos foi concedida por Deus e só Ele tem o direito de tirá-la. Além disso, até mesmo no meio das circunstâncias mais difíceis, Deus está conosco. (…) Devo enfatizar o fato de o suicídio ser um erro, não fazendo parte do plano de Deus.
Na Quarta Surata do Alcorão Sagrado, encontramos este conforto numa admoestação do Profeta Muhammad:
29. Ó crentes, não defraudeis reciprocamente os vossos bens por vaidade, realizai comércio de mútuo consentimento e não pratiqueis suicídio, porque Deus é misericordioso para convosco.
Santa Teresa d´Ávila (1515-1582), a grande mística da Espanha, incentiva-nos à perseverança:
— Que nada te perturbe, nada te amedronte.
Tudo passa. Só Deus nunca muda.
A paciência tudo alcança. A quem tem Deus, nada falta.
Só Deus basta.
A continuação da existência após a morte jamais poderá ser justificativa para o suicídio. Todos continuamos vivos.
Acertadamente escreveu Napoleão Bonaparte (1769-1821), quando lamentou essa inditosa escolha, que infelicita o Espírito de quem se deixa seduzir por ela, porque a chegada ao Outro Mundo daquele que destrói o seu próprio corpo é um grande tormento, porquanto não há morte após a morte:
— Tão corajoso é aquele que sofre valentemente as dores da Alma como o que se mantém firme diante da metralha de uma bateria. Entregar-se à dor sem resistir, matar-se e eximir-se à mesma dor é abandonar o campo de batalha antes de ter vencido*2.
Finalmente, confiantes, sigamos o caminho apontado pelo Senhor no livro Deuteronômio, 30:19:
— Como podes ver, coloquei hoje diante de ti a Vida e o Bem, a morte e o mal… portanto, escolhe a Vida, para que vivas tu e a tua semente.
Meus Amigos e Irmãos em Humanidade, a grande fortuna é sabermos que Viver é melhor!
*¹ “Mais um pouco” – Antologia da Boa Vontade, 1955.
*2 Apesar de Napoleão I ter pensado em suicídio durante sua atribulada carreira militar e política, não o praticou. Daí a importância do seu pensamento.
*José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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Ensinava Alziro Zarur (1914-1979):
—O suicídio não resolve as angústias de ninguém.
Estava com a razão o autor de Poemas da Era Atômica.
Matar-se abala, por largo tempo, a existência do Espírito, pois ofende a Lei Divina, que é Amor, mas também Justiça.
Quando a dor apertar, por favor, lembre-se desta página de André Luiz, na psicografia do venerando Francisco Cândido Xavier (1910-2002):
Mais um pouco*¹
“Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio te poupará enormes desgostos.
“Quando fores tentado a colaborar na maledicência, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência te livrará de muitas complicações.
“Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-te-á gloriosa bênção de luz.
“Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o bom entendimento mais um pouco e não sofrerás o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.
“Quando a lição oferecer dificuldade à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será divina resposta à tua expectativa.
“Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-te-á coroa santificante.
“Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao teu campo de ação.
“Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue ajudando a todos, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.
“Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco de paciência, amor, renunciação e Boa Vontade, a favor de teu próprio bem-estar.
“O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco”.
O Salmo 31:24 da Bíblia Sagrada adverte fraternalmente:
– Tende coragem, e Ele fortalecerá o coração de todos vós que esperais no Senhor.
O Rabino Henry Sobel pondera:
– Não somos donos da Vida, mas apenas os guardiões dela.
Honremos, pois, o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a Vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos.
Substancial é que saibamos humildemente entender os Seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós.
A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode adestrar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos.
Do livro Billy Graham responde, emerge esta elucidação do respeitado pastor norte-americano:
— A vida nos foi concedida por Deus e só Ele tem o direito de tirá-la. Além disso, até mesmo no meio das circunstâncias mais difíceis, Deus está conosco. (…) Devo enfatizar o fato de o suicídio ser um erro, não fazendo parte do plano de Deus.
Na Quarta Surata do Alcorão Sagrado, encontramos este conforto numa admoestação do Profeta Muhammad:
29. Ó crentes, não defraudeis reciprocamente os vossos bens por vaidade, realizai comércio de mútuo consentimento e não pratiqueis suicídio, porque Deus é misericordioso para convosco.
Santa Teresa d´Ávila (1515-1582), a grande mística da Espanha, incentiva-nos à perseverança:
— Que nada te perturbe, nada te amedronte.
Tudo passa. Só Deus nunca muda.
A paciência tudo alcança. A quem tem Deus, nada falta.
Só Deus basta.
A continuação da existência após a morte jamais poderá ser justificativa para o suicídio. Todos continuamos vivos.
Acertadamente escreveu Napoleão Bonaparte (1769-1821), quando lamentou essa inditosa escolha, que infelicita o Espírito de quem se deixa seduzir por ela, porque a chegada ao Outro Mundo daquele que destrói o seu próprio corpo é um grande tormento, porquanto não há morte após a morte:
— Tão corajoso é aquele que sofre valentemente as dores da Alma como o que se mantém firme diante da metralha de uma bateria. Entregar-se à dor sem resistir, matar-se e eximir-se à mesma dor é abandonar o campo de batalha antes de ter vencido*2.
Finalmente, confiantes, sigamos o caminho apontado pelo Senhor no livro Deuteronômio, 30:19:
— Como podes ver, coloquei hoje diante de ti a Vida e o Bem, a morte e o mal… portanto, escolhe a Vida, para que vivas tu e a tua semente.
Meus Amigos e Irmãos em Humanidade, a grande fortuna é sabermos que Viver é melhor!
*¹ “Mais um pouco” – Antologia da Boa Vontade, 1955.
*2 Apesar de Napoleão I ter pensado em suicídio durante sua atribulada carreira militar e política, não o praticou. Daí a importância do seu pensamento.
*José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Os sinais do suicídio
http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-09-10/os-sinais-do-suicidio.html
Os sinais do suicídio
No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, especialistas alertam para aumento do fenômeno e avisam: “quanto antes se detectar, mais fácil prevenir”
Renata Reif - iG São Paulo |
No Brasil, estima-se que haja uma média de 25 suicídios por dia. Uma tentativa aumenta em 50% a chance de uma segunda investida. E mais de 90% dos casos estão ligados a problemas de saúde mental. Como se fala muito pouco sobre o assunto -- salvo quando um caso como o do músico Champignon ganha as manchetes -- os indícios do suicídio, considerado um tabu social, são mal conhecidos.
"Entre 1980 e 2010, oficialmente 195.607 pessoas se suicidaram no Brasil, o equivalente a três bombas atômicas como a de Hiroshima", contabiliza o o sociólogo Gláucio Soraes, professor e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da UERJ, em artigo publicado na Revista Inteligência em edição de junho de 2012. “Ainda que condenado por muitas religiões, produto de desvios tenebrosos da nossa alma, o suicídio recebe menos atenção do que os eventos catastróficos”.
A única forma de evitá-lo é adotar estratégias de prevenção e, para isso, é preciso conhecer os sinais.
“Estão envolvidos em uma tentativa de suicídio os fatores predisponentes, como genética, psiquismo do indivíduo, círculo social, ambiente familiar e até religião. E os precipitantes, aqueles fatores que motivaram o ato”, diz José Manoel Bertolote, autor do livro “Suicídio e sua Prevenção” (Editora Unesp) e especialista em psiquiatria da Unesp em Botucatu.
Mas 90% dos casos de suicídio estão atrelados a algum problema de saúde mental, como depressão, transtornos de personalidade, alcoolismo, abuso de drogas, bipolaridade ou esquizofrenia, entre outros.
“Quem fala não faz” é um mito comum sobre o suicídio. A maioria dos suicidas dá sinais claros de que vai se matar. “São praticamente anúncios. Normalmente os mais jovens são mais diretos. Eles verbalizam claramente, ou avisam pelas redes sociais, por email. Já os mais idosos são mais sutis. Eles se despedem distribuindo posses”, diz Bertolote.
Há também os sinais indiretos, que precisam ser decodificados. Um tipo de sinal, neste caso, é começar a colocar a vida em risco, como abusar de álcool e drogas, dirigir de forma irresponsável, brincar com armas de fogos perigosas. São os chamados suicidas passivos.
Para Karen Scavacini, gestalt terapeuta e mestre em saúde pública de promoção de saúde mental e prevenção ao suicídio, outro mito é relacionado ao tabu que cerca o tema: perguntar se a pessoa pensa em se suicidar não a induzirá ao ato. Ao contrário, falar sobre o assunto pode salvar muitas vidas. “Se você ficou desconfiado diante dos sinais, pergunte a ela: 'você está pensando em se matar?' Faça então um encaminhamento desta pessoa. Não precisa ser só para o psicólogo ou para o psiquiatra. Pode ser para o padre, o diretor da escola, o agente comunitário, o bombeiro”, aconselha Karen.
Um estudo realizado pela Unicamp detectou que, no Brasil, 17 de 100 pessoas pensam seriamente em se matar. Com o silêncio que cerca o tema, a abordagem do suicídio como problema de saúde pública ainda engatinha. “Não existe no País saúde pública que dê conta deste fenômeno. A Estratégia Nacional de Prevenção continua até hoje no papel. O médico da unidade básica deveria ser o primeiro a detectar indícios”, diz.
Na Europa, as taxas de suicídio estão diminuindo porque a prevenção funciona. Já nos Estados Unidos foi lançada a campanha “Amigo bravo é melhor que amigo morto”, para incentivar os jovens a não manterem segredo e contarem o que sabem sobre as intenções dos colegas. “No Brasil, simplesmente não se fala no assunto”, completa Karen.
“
A gente procura entender por que a pessoa quer desistir de viver. Para o copo não transbordar, precisa esvaziar o que ela está sentindo antes
Mudança brusca
A voluntária do CVV Adriana Rizzo, que dedica quarto horas por semana para ouvir e aconselhar pessoas que pensam em se matar, diz quemudanças bruscas de comportamento são as principais pistas que o suicida dá. “Eram pessoas muito tímidas e, do nada, ficam muito agitadas. Também acontece uma retirada da vida social, um isolamento, ou abuso de álcool e drogas“, alerta.
Além da mudança de personalidade, ligue o alerta quando notar grande alteração alimentar ou de sono, sentimento de desvalor e desesperança. Pessoas que tiveram perdas recentes, como mortes, divórcio, histórico familiar de suicídio ou que tiveram diagnóstico de doença grave, fazem parte do grupo de risco.
O quanto antes se detectar, mais fácil prevenir. “Bem como intervir em crises”, conta a voluntária Adriana. “O nosso trabalho é oferecer atenção e conversar com a pessoa sobre um assunto que ela quer dividir e não consegue, pois se sente julgada, criticada. Ao desabafar e compartilhar o que está lhe afligindo, ela se sente valorizada. A gente procura a entender por que ela quer desistir de viver. Para o copo não transbordar, ela precisa esvaziar o que está sentindo antes”.
Ambivalência
Nem todo suicida quer morrer, apenas quer mudar a situação. Todo suicida é ambivalente: uma hora ele quer, na outra não. De acordo com Bertolote, isso explica porque muitas vezes, quando o suicida fez uso de um método letal e está à beira da morte, bate o desespero e ele se arrepende.
Tanto para quem convive com um suicida em potencial ativo, que toma objetivamente a decisão, quanto para quem vive com um passivo, que adota comportamento abusivo em busca de um "acidente", o conselho mais importante é não ignorar qualquer sinal. Leve a sério as ameaças e tome providências para ajudar a pessoa em risco. “O tratamento dos transtornos mentais é a primeira intervenção. Isso porque a maioria dos suicidas têm um transtorno como depressão, alcoolismo ou esses dois males associados”, diz Bertolote.
Suicídio pode ser evitado e o primeiro passo é tocar no assunto
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/09/10/noticia_saudeplena,145353/suicidio-pode-ser-evitado-e-o-primeiro-passo-e-tocar-no-assunto.shtml
Suicídio pode ser evitado e o primeiro passo é tocar no assunto
No Dia Mundial de Combate ao Suicídio é importante lembrar que um milhão de pessoas tiram a própria vida no mundo - ou uma morte a cada 40 segundos - segundo dados da Organização Mundial de Saúde. No Brasil, são 10 mil mortes ao ano. Ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. foi a vítima desta segunda-feira
Valéria Mendes - Saúde PlenaNOTÍCIA- VÍDEO
Publicação:10/09/2013 09:00Atualização: 10/09/2013 10:22
Precisamos falar sobre suicídio. Não apenas por que, a cada ano, um milhão de pessoas tiram a própria vida no mundo segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas principalmente porque é possível evitar essas mortes. A semana começou com a notícia do falecimento do ex-baixista da banda Charlie Brown Jr., conhecido como Champignon. Luiz Carlos Leão Duarte Junior foi encontrado morto em seu apartamento na região do Morumbi, em São Paulo. Tinha 35 anos. Ia ser pai. Tirou a própria vida com uma arma de fogo. Cláudia Campos, mulher do baixista, estava grávida de cinco meses e precisou ser levada a um hospital em estado de choque.
Estamos diante de um problema de saúde pública e o Brasil ainda não protagoniza campanhas ou ações para responder às estatísticas de aumento de suicídios, que cresceram 30% nas duas últimas décadas, entre jovens do sexo masculino. Amargamos o dado de 10 mil mortes por ano, mas estima-se que esse número seja duas ou três vezes maior por causa da subnotificação ao registrar a causa da morte.
“Quem quer suicidar não fala”. Esse é um dos mitos que envolvem um tema que é tabu, inclusive, entre familiares, amigos e amores dessas vítimas que viveram a situação. Fernando Neves, psiquiatra, professor da UFMG, coordenador do serviço de psiquiatria do Hospital das clínicas da UFMG e membro da Associação Mineira de Psiquiatria, diz que os estudos comprovam que a maioria das pessoas fala com alguém próximo ou com o médico ou dá sinais de que está querendo se suicidar. “Essa é uma porta de prevenção”, afirma.
Outro mito que permeia a questão é a ideia de que se a pessoa tem um comportamento suicida em algum momento da vida, ela vai ter sempre. “A gente trata e a ideia de morte desaparece”, afirma Humberto Costa, professor titular de psiquiatria da UFMG, vice-presidente da Associação Mineira de Psiquiatria e vice-presidente da Associação Latino-americana de Prevenção do Suicídio.
Desafios
A quase totalidade dos suicídios – 99% - está associada a um transtorno psiquiátrico. “A melhor forma de prevenir é tratar o transtorno psiquiátrico de base”, explica Fernando Neves. Dentro do espectro de transtornos mentais a depressão merece uma atenção especial. “Infelizmente, a depressão muitas vezes não é identificada como doença, mas como uma coisa da vida. Para você ter uma ideia, estudos nos Estados Unidos mostram que apenas 25% das pessoas que precisam de tratamento por causa de depressão estão fazendo. No Brasil é pior”, afirma o médico. Outro dado desanimador do contexto brasileiro é falta de estrutura física. A OMS recomenda quatro leitos psiquiátricos para cada 100 mil pessoas. No Brasil, tem-se 0,4 leitos para cada 100 mil. “Dez vezes abaixo do preconizado pela OMS. É uma estrutura sucateada”, pontua o psiquiatra.
Humberto Costa diz que organizar a rede de saúde para atender a população com transtorno mental passa por disponibilizar ambulatórios, centros de atenção psicossocial, serviços de urgência e retaguarda de leitos hospitalares.
Documentário brasileiro aborda suicídio
Manoela Costa, 22 anos, é estudante de economia e irmã da cineasta mineira Petra Costa. A diretora retratou no premiado Elena um episódio familiar sobre amor e perda. A jovem que intitula o longa-metragem é irmã de Manoela e Petra. Elena viaja a Nova York com o mesmo sonho da mãe: se tornar uma atriz de cinema. As coisas não ocorrem como o desejado e ela se suicida. Duas décadas depois, Petra também se torna atriz, embarca para a cidade norte-americana em busca da história da irmã e essa jornada é retratada em tela grande. Quando Elena partiu, Petra tinha 7 anos e Manoela ainda não tinha sequer nascido. “Eu nasci nove meses depois da morte de Elena. O suicídio dela sempre foi tabu lá em casa. Ela é minha irmã por parte de pai e ele nunca conseguiu falar abertamente dela. Eu fui descobrir que tinha essa irmã [elas são quatro no total] quando já era mais velha”, relata.
Manoela conta que em uma visita de Petra à sua casa sentiu uma tensão em uma conversa da irmã com o pai. “A partir desse dia que começou a ter foto da Elena lá em casa. Isso só aumentou a nossa curiosidade. Eu tinha 7 anos e Petra foi o nosso elo com a história da nossa irmã mais velha”, conta.
A estudante de economia conta que foi entender que Elena tinha se matado quando já estava mais velha. “Meu pai não consegue colocar para fora esse assunto. Ele se fecha. Todo mundo comenta que meu pai era uma pessoa antes da morte da Elena e que hoje é outra. São duas pessoas diferentes”, diz.
Manoela diz que o filme ajudou a esclarecer a história de Elena como a da própria Petra. “É tão puro que qualquer um se identifica com o filme”, observa. A jovem diz que conversar sobre o suicídio é uma forma de parar de inventar desculpa. “Omitir, esconder não resolve nada. Ninguém tem culpa”, encerra.
Veja o trailer do documentário:
O pensamento
Muitas pessoas têm algum pensamento suicida ao longo da vida. “Não é raro. Entre 10 a 20% das pessoas pensa em se matar, mas a minoria vai fazer uma tentativa ou mesmo se suicidar”, informa Fernando Neves. O suicídio por impulso, de acordo com o especialista, geralmente está associado a um transtorno de personalidade - principalmente borderline, narcisista e antissocial - ou transtorno bipolar. “Os seres humanos tendem a estabelecer uma causa única para as coisas que acontecem na nossa vida, mas nem sempre isso é possível diante da complexidade humana”, pondera. O psiquiatra diz que os pesquisadores consideram que, nesses casos, não existe uma causa única, mas uma variedade de fatores. Ele exemplifica: “um problema financeiro gera estresse, pode virar uma situação traumática que leve à depressão e ao suicídio”. Ele ressalva que pessoas naturalmente agressivas ou impulsivas, em situações adversas, podem tomar imediatamente uma atitude contra si.
Nos países desenvolvidos tem-se registrado uma discreta redução nas taxas de suicídio. Já nos países em desenvolvimento como o Brasil, nos últimos 20 anos registrou-se um aumento de 30% na incidência da taxa de suicídio entre homens jovens com idade de 15 a 30 anos. “O homem se mata três a quatro vezes mais que a mulher”, afirma Humberto Costa. A idade também é fator de risco acima dos 60 anos, mas os principais são: ter feito uma tentativa anterior e a presença de um transtorno mental. Em termos numéricos, a depressão é o principal deles.
Ainda não existem conclusões para explicar o aumento da incidência de suicídio entre os homens jovens. “As especulações passam pelo conceito de laço social do filósofo francês Émile Durkheim. Nas comunidades em que os laços sociais são mais coesos, as taxas de suicídio são menores. Isso se aplica também para o indivíduo. Famílias maiores, com mais filhos, têm menos incidência. Quem trabalha se suicida menos que os aposentados ou desempregados. Pessoas envolvidas em atividades esportivas ou religiosas também se matam menos”, explica o psiquiatra.
Tratamento
Uma vez detectado esse comportamento suicida - que passa pela ideação, o planejamento, a tentativa e o ato em si - a pessoa precisa de medicação, acompanhamento médico e, em alguns casos, vigília 24 horas. “O profissional avalia a capacidade de a família observar esse paciente. Se não for possível, essa vigília pode ser feita dentro de um hospital. O médico também faz um contrato verbal com o paciente pedindo que mediante qualquer ideação, que entre em contato com o especialista”.
Prevenção
Segundo Humberto Costa, ao contrário do Brasil, vários países têm estratégias próprias para prevenção do suicídio. “Na Inglaterra, por exemplo, existe um esforço para tratar o mais rapidamente e eficazmente possível as depressões”, cita. Outro procedimento é dificultar o acesso aos métodos mais utilizados de suicídio. “Muitos países, por exemplo, proibiram o uso de pesticidas e agrotóxicos letais aos seres humanos. Ainda não fizemos isso. A estratégia depende da realidade do país”, completa.
Segundo Humberto Costa um comitê da Associação Brasileira de Psiquiatria elabora diretrizes considerando o que seria importante para o Brasil adotar. “O diagnóstico dos quadros depressivos é importantíssimo”, elenca. Outra sugestão é a notificação compulsória das tentativas de suicídio. “As secretarias de saúde precisam ser comunicadas e precisamos garantir que a pessoa não vá sair do hospital sem um tratamento e acompanhamento. Deveria ser obrigatório, mas a maioria dos serviços de saúde não está preparada para isso”, enfatiza.
Todo mundo conhece alguém que se suicidou ou que fez uma tentativa grave. “Precisamos lutar contra esse estigma e parar de achar que esse assunto não existe. Temas que são tabus não mobilizam pessoas a estudar e pesquisar, mesmo sendo assuntos de saúde pública”, completa Humberto Costa.
Ações pelo mundo
Várias iniciativas surgem pelo mundo para tentar frear o suicídio. O psiquiatra Fernando Neves cita uma ação no metrô da Áustria como exemplo. “Era um lugar onde muita gente se matava, depois das mensagens direcionadas a quem tinha a intenção de se matar, teve redução”, cita.
Outro exemplo que repercutiu recentemente na internet foi uma ação publicitária de uma gigante coreana de eletrônicos que conseguiu reduzir em 85% a taxa de suicídios na ponte Mapo, na capital Seul, Coreia do Sul. A campanha foi premiada em Cannes e ajudou a reverter a situação do país, um dos que tem maiores ocorrências de suicídio.
Conforme as pessoas caminhavam pela ponte, luzes com sensores se acendem e aparecem frases inspiradoras como: “vá ver as pessoas de quem você sente saudade” ou “Os melhores momentos da sua vida ainda estão por vir”.
Assista ao vídeo em inglês:
Onde procurar ajuda
O Centro de Valorização da Vida (www.cvv.org.br ou 141) é um trabalho voluntário que funciona muito bem de acordo com o psiquiatra Humberto Costa. “É um atendimento por telefone principalmente para atender pessoas que querem se suicidar”, explica. Clique a acesse cartilha do CVV sobre prevenção de suicídio.
Para quem desconfia que um amigo ou parente tem uma intenção de suicídio deve procurar ajuda em um posto de saúde mais próximo ou nos Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAMs) da prefeitura.
Palestra sobre prevenção do comportamento suicida é aberta ao público e acontece hoje às 19h
Ex-baixista da banda Charlie Brown Jr., Luiz Carlos Leão Duarte Junior, 35 anos, foi encontrado morto em seu apartamento. Sua esposa, Claudia Bossle Campos está grávida de cinco meses
Estamos diante de um problema de saúde pública e o Brasil ainda não protagoniza campanhas ou ações para responder às estatísticas de aumento de suicídios, que cresceram 30% nas duas últimas décadas, entre jovens do sexo masculino. Amargamos o dado de 10 mil mortes por ano, mas estima-se que esse número seja duas ou três vezes maior por causa da subnotificação ao registrar a causa da morte.
Um mito que permeia esse assunto é a ideia de que se a pessoa tem um comportamento suicida, ela vai ter sempre. "A gente trata e a ideia de morte desaparece", afirma o psiquiatra Humberto Costa
Outro mito que permeia a questão é a ideia de que se a pessoa tem um comportamento suicida em algum momento da vida, ela vai ter sempre. “A gente trata e a ideia de morte desaparece”, afirma Humberto Costa, professor titular de psiquiatria da UFMG, vice-presidente da Associação Mineira de Psiquiatria e vice-presidente da Associação Latino-americana de Prevenção do Suicídio.
Desafios
A quase totalidade dos suicídios – 99% - está associada a um transtorno psiquiátrico. “A melhor forma de prevenir é tratar o transtorno psiquiátrico de base”, explica Fernando Neves. Dentro do espectro de transtornos mentais a depressão merece uma atenção especial. “Infelizmente, a depressão muitas vezes não é identificada como doença, mas como uma coisa da vida. Para você ter uma ideia, estudos nos Estados Unidos mostram que apenas 25% das pessoas que precisam de tratamento por causa de depressão estão fazendo. No Brasil é pior”, afirma o médico. Outro dado desanimador do contexto brasileiro é falta de estrutura física. A OMS recomenda quatro leitos psiquiátricos para cada 100 mil pessoas. No Brasil, tem-se 0,4 leitos para cada 100 mil. “Dez vezes abaixo do preconizado pela OMS. É uma estrutura sucateada”, pontua o psiquiatra.
Humberto Costa diz que organizar a rede de saúde para atender a população com transtorno mental passa por disponibilizar ambulatórios, centros de atenção psicossocial, serviços de urgência e retaguarda de leitos hospitalares.
A diretora mineira Petra Costa (no meio) retratou no cinema o suicídio da irmã Elena (à direita). Manoela Costa (à esquerda) é irmã por parte de pai de Petra e Elena: "Meu pai não consegue colocar para fora esse assunto. Ele se fecha. Todo mundo comenta que meu pai era uma pessoa antes da morte da Elena e que hoje é outra. São duas pessoas diferentes"
Manoela Costa, 22 anos, é estudante de economia e irmã da cineasta mineira Petra Costa. A diretora retratou no premiado Elena um episódio familiar sobre amor e perda. A jovem que intitula o longa-metragem é irmã de Manoela e Petra. Elena viaja a Nova York com o mesmo sonho da mãe: se tornar uma atriz de cinema. As coisas não ocorrem como o desejado e ela se suicida. Duas décadas depois, Petra também se torna atriz, embarca para a cidade norte-americana em busca da história da irmã e essa jornada é retratada em tela grande. Quando Elena partiu, Petra tinha 7 anos e Manoela ainda não tinha sequer nascido. “Eu nasci nove meses depois da morte de Elena. O suicídio dela sempre foi tabu lá em casa. Ela é minha irmã por parte de pai e ele nunca conseguiu falar abertamente dela. Eu fui descobrir que tinha essa irmã [elas são quatro no total] quando já era mais velha”, relata.
Manoela conta que em uma visita de Petra à sua casa sentiu uma tensão em uma conversa da irmã com o pai. “A partir desse dia que começou a ter foto da Elena lá em casa. Isso só aumentou a nossa curiosidade. Eu tinha 7 anos e Petra foi o nosso elo com a história da nossa irmã mais velha”, conta.
A estudante de economia conta que foi entender que Elena tinha se matado quando já estava mais velha. “Meu pai não consegue colocar para fora esse assunto. Ele se fecha. Todo mundo comenta que meu pai era uma pessoa antes da morte da Elena e que hoje é outra. São duas pessoas diferentes”, diz.
Manoela diz que o filme ajudou a esclarecer a história de Elena como a da própria Petra. “É tão puro que qualquer um se identifica com o filme”, observa. A jovem diz que conversar sobre o suicídio é uma forma de parar de inventar desculpa. “Omitir, esconder não resolve nada. Ninguém tem culpa”, encerra.
Veja o trailer do documentário:
O pensamento
Muitas pessoas têm algum pensamento suicida ao longo da vida. “Não é raro. Entre 10 a 20% das pessoas pensa em se matar, mas a minoria vai fazer uma tentativa ou mesmo se suicidar”, informa Fernando Neves. O suicídio por impulso, de acordo com o especialista, geralmente está associado a um transtorno de personalidade - principalmente borderline, narcisista e antissocial - ou transtorno bipolar. “Os seres humanos tendem a estabelecer uma causa única para as coisas que acontecem na nossa vida, mas nem sempre isso é possível diante da complexidade humana”, pondera. O psiquiatra diz que os pesquisadores consideram que, nesses casos, não existe uma causa única, mas uma variedade de fatores. Ele exemplifica: “um problema financeiro gera estresse, pode virar uma situação traumática que leve à depressão e ao suicídio”. Ele ressalva que pessoas naturalmente agressivas ou impulsivas, em situações adversas, podem tomar imediatamente uma atitude contra si.
SAIBA MAIS...
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Nos países desenvolvidos tem-se registrado uma discreta redução nas taxas de suicídio. Já nos países em desenvolvimento como o Brasil, nos últimos 20 anos registrou-se um aumento de 30% na incidência da taxa de suicídio entre homens jovens com idade de 15 a 30 anos. “O homem se mata três a quatro vezes mais que a mulher”, afirma Humberto Costa. A idade também é fator de risco acima dos 60 anos, mas os principais são: ter feito uma tentativa anterior e a presença de um transtorno mental. Em termos numéricos, a depressão é o principal deles.
Ainda não existem conclusões para explicar o aumento da incidência de suicídio entre os homens jovens. “As especulações passam pelo conceito de laço social do filósofo francês Émile Durkheim. Nas comunidades em que os laços sociais são mais coesos, as taxas de suicídio são menores. Isso se aplica também para o indivíduo. Famílias maiores, com mais filhos, têm menos incidência. Quem trabalha se suicida menos que os aposentados ou desempregados. Pessoas envolvidas em atividades esportivas ou religiosas também se matam menos”, explica o psiquiatra.
Transtornos mentais respondem por 99% das causas de suicídio
Tratamento
Uma vez detectado esse comportamento suicida - que passa pela ideação, o planejamento, a tentativa e o ato em si - a pessoa precisa de medicação, acompanhamento médico e, em alguns casos, vigília 24 horas. “O profissional avalia a capacidade de a família observar esse paciente. Se não for possível, essa vigília pode ser feita dentro de um hospital. O médico também faz um contrato verbal com o paciente pedindo que mediante qualquer ideação, que entre em contato com o especialista”.
Prevenção
Segundo Humberto Costa, ao contrário do Brasil, vários países têm estratégias próprias para prevenção do suicídio. “Na Inglaterra, por exemplo, existe um esforço para tratar o mais rapidamente e eficazmente possível as depressões”, cita. Outro procedimento é dificultar o acesso aos métodos mais utilizados de suicídio. “Muitos países, por exemplo, proibiram o uso de pesticidas e agrotóxicos letais aos seres humanos. Ainda não fizemos isso. A estratégia depende da realidade do país”, completa.
Segundo Humberto Costa um comitê da Associação Brasileira de Psiquiatria elabora diretrizes considerando o que seria importante para o Brasil adotar. “O diagnóstico dos quadros depressivos é importantíssimo”, elenca. Outra sugestão é a notificação compulsória das tentativas de suicídio. “As secretarias de saúde precisam ser comunicadas e precisamos garantir que a pessoa não vá sair do hospital sem um tratamento e acompanhamento. Deveria ser obrigatório, mas a maioria dos serviços de saúde não está preparada para isso”, enfatiza.
Todo mundo conhece alguém que se suicidou ou que fez uma tentativa grave. “Precisamos lutar contra esse estigma e parar de achar que esse assunto não existe. Temas que são tabus não mobilizam pessoas a estudar e pesquisar, mesmo sendo assuntos de saúde pública”, completa Humberto Costa.
Ação publicitária de uma gigante coreana de eletrônicos que conseguiu reduzir em 85% a taxa de suicídios na ponte Mapo, na capital Seul, Coreia do Sul
Ações pelo mundo
Várias iniciativas surgem pelo mundo para tentar frear o suicídio. O psiquiatra Fernando Neves cita uma ação no metrô da Áustria como exemplo. “Era um lugar onde muita gente se matava, depois das mensagens direcionadas a quem tinha a intenção de se matar, teve redução”, cita.
Outro exemplo que repercutiu recentemente na internet foi uma ação publicitária de uma gigante coreana de eletrônicos que conseguiu reduzir em 85% a taxa de suicídios na ponte Mapo, na capital Seul, Coreia do Sul. A campanha foi premiada em Cannes e ajudou a reverter a situação do país, um dos que tem maiores ocorrências de suicídio.
Conforme as pessoas caminhavam pela ponte, luzes com sensores se acendem e aparecem frases inspiradoras como: “vá ver as pessoas de quem você sente saudade” ou “Os melhores momentos da sua vida ainda estão por vir”.
Assista ao vídeo em inglês:
Onde procurar ajuda
O Centro de Valorização da Vida (www.cvv.org.br ou 141) é um trabalho voluntário que funciona muito bem de acordo com o psiquiatra Humberto Costa. “É um atendimento por telefone principalmente para atender pessoas que querem se suicidar”, explica. Clique a acesse cartilha do CVV sobre prevenção de suicídio.
Para quem desconfia que um amigo ou parente tem uma intenção de suicídio deve procurar ajuda em um posto de saúde mais próximo ou nos Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAMs) da prefeitura.
Palestra sobre prevenção do comportamento suicida é aberta ao público e acontece hoje às 19h
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