Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Suicídio: como o apoio emocional pode salvar uma vida


A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio cresceu 60% no mundo. Isso significa que, a cada ano, um milhão de pessoas tiram a própria vida – uma taxa de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, ou o mesmo que uma morte a cada 40 segundos. A notícia fica ainda pior por conta da expectativa de que esse número dobre até 2020.
Segundo dados da OMS, ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4,8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.
O Brasil apresenta menos de 6,5 suicídios para cada 100 mil habitantes, um número considerado baixo quando comparado com os 13 suicídios por 100 mil habitantes dos países que mais cometem suicídio (a taxa de alguns países do leste europeu).
A média brasileira é de 25 suicídios por dia, número só inferior ao de mortes no trânsito e homicídios. Vale lembrar que o número real de suicídios pode ser bem maior, visto que muitas vezes estes casos são relatados como mortes acidentais.
Problema gritante
Esses dados assustadores vêm acompanhados de um pedido da OMS para que os governos tratem esse problema de forma urgente.
Se o número de suicídios é alto, o número de tentativas é 20 vezes maior: 5% da população mundial vai tentar tirar a própria vida pelo menos uma vez durante sua existência. Isso torna o suicídio a maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais que os homicídios e as guerras (somados).
A situação também é mais comum em países mais pobres, que também são os países menos preparados para prevenir o suicídio. Isso não significa que não tenha gente engajada em melhorar a qualidade de vida dos suicidas.
Valorizar a vida
O CVV (Centro de Valorização da Vida), por exemplo, é uma das organizações não governamentais (ONG) mais antigas do Brasil. Essa instituição, fundada em 1962, se baseia essencialmente no trabalho voluntário de milhares de pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.
Pode-se dizer que o CVV é uma ONG de sucesso. Seu trabalho é muito bem reconhecido. A entidade é associada ao Befrienders Worldwide, que congrega instituições de apoio emocional e prevenção do suicídio em todo o mundo, e em 2004 e 2005 fez parte do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde para definição da Estratégia Nacional para Prevenção do Suicídio.
A missão do CVV, como seu nome sugere, é valorizar a vida. Sua principal iniciativa é o Programa de Apoio Emocional realizado por telefone, chat, e-mail, VoIP, correspondência ou pessoalmente.
“Oferecemos apoio emocional, com o objetivo de valorizar a vida de todas as pessoas, prevenindo, assim, que estas pensem em tirar suas próprias vidas”, conta Adriana Rizzo, voluntária do CVV, que também faz parte da equipe de divulgação da ONG.
O atendimento é gratuito e funciona 24 horas na maioria das cidades em que há um posto CVV. As pessoas podem conversar sobre todos os assuntos que considerarem importantes pra elas.
Agora fica a pergunta: será que isso funciona? Será que entidades como o CVV são capazes de ajudar na luta contra o suicídio?
Os 2.200 voluntários e 73 postos de atendimento no Brasil todo, e os mais de um milhão de contatos por ano registrados nos últimos 6 anos provam que sim.
Como o serviço é anônimo, o CVV não tem identificador de chamada e os voluntários não pedem dados pessoais dos que buscam ajuda, é difícil colocar em números quantas vidas foram salvas pelo programa. Mas que muitas já foram, não há dúvida.
“Algumas pessoas que buscam nosso atendimento voltam a nos procurar para agradecer, mas isto não é esperado nem exigido por nós. Em época de fim de ano, elas nos procuram para agradecer e desejar um feliz natal, feliz ano novo”, diz Rizzo.
Laços sociais
No quê o programa da CVV se baseia? Rizzo explica que o trabalho da ONG é eficaz porque se baseia em uma necessidade humana básica, que é a de se comunicar. “Sabemos que quando alguém não se comunica com outras pessoas, não tem esta oportunidade, os acontecimentos do dia a dia vão se acumulando e por vezes isto pode levar ao isolamento, depressão e pensamentos suicidas”, afirma.
A voluntária acredita que conversando e compartilhando suas dores e alegrias, as pessoas se sentem compreendidas, melhores e mais leves para continuar a viver.
Esse “senso comum”, aliás, tem base científica. A ciência está cheia de exemplos de situações nas quais os laços sociais desempenharam um fator muito importante na saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.
Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com círculo social limitado (poucos amigos íntimos) tornam ou veem seus problemas maiores do que realmente são. Outra pesquisa sugeriu que relações sociais são tão importantes para a saúde como outros fatores de risco comuns, como tabaco, exercício físico e obesidade.
Já outros tipos de estudo fizeram associações entre a família e amigos e como isso ajudou as pessoas a superarem problemas. O suporte de um amigo, por exemplo, pode ajudar alguém a perder peso. O apoio da família é capaz de ajudar uma adolescente anoréxica a se recuperar melhor e mais rapidamente. Uma família amorosa pode ser fundamental para o bom desenvolvimento cerebral de uma criança no início da vida, assim como ser sociável na infância leva a felicidade na vida adulta.
Esses são só alguns exemplos de como a comunicação, o apoio e os laços sociais são importantes para nos manter saudáveis. O CVV pode não estar fazendo ciência de propósito, mas com certeza está colaborando para a vida humana.
Voluntariando
Achou o serviço interessante? Gostaria de se voluntariar? Os voluntários da CVV são pessoas comuns, com mais de 18 anos, que não precisam ter nenhuma formação especial, apenas vontade de ajudar alguém.
Se quiser entrar para o programa, basta participar de um curso gratuito para seleção de voluntários que acontece em todos os postos de atendimento do Brasil, várias vezes ao ano. Veja os endereços dos postos.
Se você precisa de ajuda, escolha a forma de comunicação que mais lhe agrada e entre em contato com a ONG. Você será atendido por um voluntário com o maior respeito e anonimato. Eles não estão lá para lhe aconselhar ou julgar, mas sim para lhe ouvir.
Os voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional e guardarão estrito sigilo sobre tudo que for dito, independente do meio selecionado.
Quer mais informações? Acesse o site da CVV, ou siga a instituição no Facebook ou Twitter.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

“Quase Viúva” (*)


“Quase Viúva” (*)



http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/05/drogas-quase-viuva.html





“Os outros deram do que tinham em abundância: porém esta deu, com indulgência, do que lhe faria falta."
O Óbulo da Viuva
ESE, Cap XII, 5., Marcos, XII; Lucas XXI.





Fatores biológicos ou psicológicos podem impulsionar pré-adolescentes e jovens para a beira do precipício. No entanto, esses impulsos são liberados ou bloqueados através da influência social. O que dá legitimidade às interdições sociais são os laços afetivos familiares (1).

No fundo do precipício do suicídio há muito sofrimento, também para os que ficam. Parentes terão que perdoar e abundar em indulgência. Trabalhar pela prevenção é iniciativa feliz.

Carmélio Marques Lima atirou-se da ponte do Rio Itapecuru, Rosário, Maranhão, janeiro 1999, após o 4º dia ininterrupto usando álcool e outras drogas!

No dia, 29 de abril de 2012, Reinaldo Lima, o pai, foi fotografar nova paisagem na ponte para mudar o visual do seu Blog, criado, com lucidez, para fomentar a implantação da política: Educação Familiar, objetivando ser instrumento de prevenção ao uso e abuso de drogas. Como Reinaldo formulou a proposta?

Iniciou fazendo o estudo de Gottman, PhD. Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos. RJ 10ª Ed., Editora Objetiva, 1.997. Pesquisa realizada em Illinois, USA, l986. (2)

Em seguida, o estudo de “Quem Ama Educa!” Içami Tiba, São Paulo, 83ª., Editora Gente, 2002, comparando-o com Gottman, PhD. Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos. Depois, organizou um Seminário. Julho de 2004. A Arte de Educar Filhos. Com enfoques de Gottman, Tiba. Rappaport, Szkymanski, Zagury, Kaloustian entre outros. O evento contou com a participação de 36 profissionais da área de Educação.

Como esses ensinamentos poderiam chegar ao conhecimento popular?

Tópicos foram formulados para desenvolvimento, com auxílio oficial. A proposta sistematizada foi encaminhada ao governo estadual e federal, mas há frustração.

Tópicos: Família como Instituição; Responsabilidade Familiar; Relacionamento Conjugal; Psicologia da Infância; Adolescência e Busca da Identidade; Relacionamento Pais e Filhos; Cidadania e Cidadão; Qualidade Pessoal, Autoestima e Visão Empreendedora.

O que, enquanto espíritas, necessitamos enfatizar? O desenvolvimento da Inteligência Espiritual? Como fazê-lo?

Na Faculdade de Educação aprendemos: inteligência cognitiva(QI).Elaboramos conceitos, fazemos ciência, organizamos o mundo, solucionamos problemas objetivos. inteligência emocional (QE).“Capacidade de identificar sentimentos, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções internas e nos nossos relacionamentos."

O período infanto-juvenil é decisivo na vida das pessoas. É necessário, portanto, dar-lhes uma razão para viver, para que, mais tarde, não venham a apresentar um grande vazio interior. (1). Aí pensamos em “Educação e Valores”. Em inteligência espiritual (QS), aquela que incentiva a procura de um significado para a vida.(5)

Cientistas descrevem área nos lobos temporais ligada aos valores ético-morais. Aí nos lembramos do valor da capacidade de perdoar para a Psicoimunologia (3).

Capacidade de Perdoar. “Quantas vezes perdoarei o meu irmão? Não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.” Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem estimular a inteligência e mais alto falar ao coração. (4)

Como perdoar? Ele ficava na rua 3 dias. Subia o morro. Gastava todo dinheiro (dois filhos), bebia, cheirava.Voltava, sujo, triste e faminto. Cruzava a porta e meus sentimentos se misturavam. Alívio, por estar vivo (não estava viúva), e pena. A tristeza me dava sensação de fracasso e incapacidade.

Evangelho Segundo o Espiritismo (ensinos morais do Cristo), Cap X. Bem Aventurados os Misericordiosos

Perdoarás, sem limites, cada ofensa tantas vezes, quantas te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna a criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias. (4)

O que fez a esposa quando ficou sabendo? Quando fiquei sabendo, a primeira coisa que fiz foi criticar e julgar. Brigava, chorava e depois perdoava. Passei longos anos assim. Eu o amava e tentava tirá-lo dessa vida. Dopava-me – calmantes - e entrava em profunda depressão. Aí aconteceu a terceira gravidez – nasceu uma menininha.

“Estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte daquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo faz dezoito séculos.”(4)

O que aconteceu quando nasceu o segundo?

O segundo filho nasceu. Fiquei feliz e desorientado. Minha situação financeira era péssima. Saí da maternidade e fui ao morro procurar cocaína, para fugir da realidade e de mim mesmo.

Como perdoar? O mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de ofensas leves, simples arranhões. (4)

Na Casa Espírita. Depois de mais um sumiço reapareceu triste e solitário, estendeu a mão e pediu ajuda. Mais uma vez acreditei. Encontrei ajuda. Misericórdia de Jesus. Meu esposo estava doente, precisava de apoio e compreensão.

Se vós vos dizeis espíritas, sede-o, pois. Olvidai o mal e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. (4)

Dez Anos Depois. Hoje sou feliz. Fiz a minha parte. Apesar das críticas, não abandonei o barco. Agradeço pela força que ele teve ao se admitir um adicto e aceitar com humildade a ajuda oferecida.

Estes são depoimentos encontrados no livro Alcoolismo e Drogas. Caminhos de Esperança 1)

Podemos fazer um pouco mais, quando chegamos a um nível mais alto da inteligência espiritual.

Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos. Perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade. Mas, perdoar aos inimigos... é fazer algo mais. Paulo. (Lião,1861). Perdão das Ofensas. (4)

A inteligência espiritual e a Família. O afeto recebido é que torna crianças e jovens capazes de tolerar e se submeter às normas sociais e familiares, controlando seus impulsos, ao invés de por eles serem controlados. (1)







(*) Texto escrito para o Seminário sobre “Dependência Química e Espiritismo”. Cartaz em



http://visaoespiritabr.com.br/cura/seminario-dependencia-quimica-e-espiritismo



http://www.recantodasletras.com.br/mensagensdeamor/3652286